Após pedir para morrer, homem que matou ex da namorada recebe injeção letal

homem pede pra morrer

THIAGO BOMFIM
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Aaron Gunches, de 53 anos, foi executado ontem pelo assassinato a tiros do ex-marido de sua namorada, em 2002.

Gunches recebeu uma injeção letal. A mídia local descreveu que ele foi colocado em uma maca e teve suas pernas e braços amarrados. Quando questionado se gostaria de dizer últimas palavras, balançou a cabeça negativamente. A injeção então foi aplicada, e o homem respirou fundo algumas vezes, antes de ficar inconsciente. Sua respiração foi cessando aos poucos, e ele foi declarado morto alguns minutos depois. Segundo o Departamento de Correções do Arizona, o processo “ocorreu conforme o planejado e sem incidentes”.

Homem havia pedido mandado de execução, mas mudou de ideia depois. Em novembro de 2022, Gunches pediu à Suprema Corte do Arizona que emitisse um mandado de execução, pois queria “dar um desfecho à família da vítima” e que “a justiça fosse servida”. Entretanto, depois que a justiça ordenou sua morte, Gunches descobriu que a procuradora-geral recém-eleita Kris Mayes considerava adiar execuções, e enviou outra carta retirando seu pedido para ser executado.

Condenado relatou “tortura” em execuções por injeção letal. Na segunda carta enviada à Justiça, Gunches citou três execuções recentes realizadas “de uma forma que equivale à tortura” no Arizona. Segundo ele, oficiais do Departamento de Correções estadual tinham dificuldade em inserir linhas intravenosas nos condenados, causando sofrimento desnecessário. O mandado expedido venceu em 2023, e ele acabou não sendo executado.

“A Suprema Corte do Arizona emitir um mandado de execução nas condições atuais equivale a uma punição cruel e incomum ordenada pelo tribunal, que simplesmente não pode ser permitida”, disse Aaron Gunches, em carta.

Em janeiro deste ano, Gunches voltou a pedir por execução. Segundo a agência Associated Press, ele afirmou que sua sentença de morte estava “muito atrasada”, e que o governo do Arizona estava “enrolando” para pedir à Justiça instruções jurídicas da execução. Depois disso, a execução foi agilizada e marcada para anteontem, um dia depois que outro detento, esse na Louisiana, foi executado por inalação de gás nitrogênio.

COMO FOI O CRIME

Vítima foi à casa de namorada de Gunches para confrontá-la. Em 14 de novembro daquele ano, Ted Price foi à casa de sua ex-esposa, Kat, com quem tinha dois filhos. Ele teria ameaçado denunciar a mulher para o conselho tutelar, acusando-a de maltratar as crianças. Kat era usuária de metanfetamina.

Mulher bateu com telefone na cabeça de Price, que ficou desacordado. Quando Gunches, que também fornecia drogas para a mulher, chegou na casa, Price estava jogado no chão, ainda vivo. A namorada, suas colegas de quarto e Gunches colocaram o homem no porta-malas de seu carro, para que Gunches o deixasse em um terminal de ônibus. Entretanto, quando percebeu que não tinha dinheiro para uma passagem de ônibus para Price, levou o homem para um deserto e o matou quatro tiros.

Gunches foi parado em blitz dois meses depois. Quando foi parado, o homem atirou duas vezes no policial e escapou, iniciando uma caçada que envolveu mais de cinquenta oficiais. No dia seguinte, Gunches foi encontrado escondido em um palheiro. Em 2004, ele confessou o assassinato de Ted Price, e foi condenado à morte em 2008.

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