Guiana ameaça prender cidadão eleito para governar Essequibo em pleito convocado pela Venezuela

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, durante discurso (Foto: Divulgação)

O ministro de Assuntos Internos da Guiana, Robeson Benn, anunciou que o País vai prender por traição o cidadão guianense que, eventualmente, se eleger governador de Essequibo, na eleição convocada pela Venezuela para 25 de maio.

“Se for um guianense nomeado governador de Essequibo e for colocado em Anna Regina [cidade do litoral da região], acusaremos essa pessoa de traição e a prenderemos”, declarou na quarta-feira (12), durante a abertura da Conferência de Sargentos da Força Policial da Guiana (GPF).

Em maio, venezuelanos irão às urnas eleger governadores e deputados estaduais e federais em todo o País, incluindo da zona reivindicada de Essequibo, que a Venezuela chama de Guayana Esequiba.

Em 2023, a Venezuela aprovou a anexação de 74% do território guianense, o que foi promulgado no ano seguinte pelo ditador Nicolás Maduro. A convocação do País vizinho para eleições para Essequibo fez a Guiana solicitar intervenção da Corte Internacional de Justiça (CIJ), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).

O ministro Benn ainda disse ter orientado a GPF a ficar de prontidão para responder a qualquer incursão armada da Venezuela na região de Essequibo. “Se eles vierem, temos que atirar, fugir e atirar e continuar correndo e atirando até que a ajuda chegue”, disse. “Nunca podemos desistir de Essequibo. A Guiana não será nada sem Essequibo.”

Robeson Benn ainda revelou que seu País já expulsou um número não revelado de agentes secretos venezuelanos, e sugeriu que ainda pode haver mais entre a grande comunidade de migrantes vizinhos em solo guianense.

Venezuela reage

Autoridades venezuelanas reagiram às declarações, como o vice-presidente setorial de Comunicação e Cultura, Freddy Ñáñez, que classificou o presidente guianense Irfaan Ali como “agente da Exxon Mobil contra os interesses de seu próprio País”, em referência à petrolífera americana que explora petróleo em Essequibo.

“Tão fraco e impopular é o Zelensky do Caribe que ele deve ameaçar seu próprio povo para se curvar às suas posições ilegais e imprudentes sobre o Essequibo venezuelano”, disse Náñez, comparando Ali ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Por sua vez, o secretário-geral do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello Rondón, confirmou que o pleito nacional vai contemplar Essequibo. “No dia 25 de maio, haverá um governador de nossa Guayana Esequiba, haverá deputados à Assembleia Nacional e legisladores do Conselho Legislativo de nosso Essequibo”.

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