Ponto de não retorno e os riscos para o planeta

 

Por Gisele Victor Batista, colunista do Planeta ODS

A crise climática e ambiental tem levado cientistas, formuladores de políticas e líderes empresariais a alertarem sobre os chamados “pontos de não retorno“. Esses pontos representam limiares críticos nos sistemas ambientais e climáticos do planeta, após os quais as mudanças tornam-se irreversíveis e podem desencadear efeitos em cascata. 

O conceito de ponto de não retorno é um alerta crítico para a Agenda 2030 e para a necessidade de acelerar os esforços globais em sustentabilidade. Se as tendências atuais não forem revertidas, muitos dos ODS podem se tornar inatingíveis, comprometendo o equilíbrio ambiental, econômico e social do planeta.

O QUE SÃO PONTOS DE NÃO RETORNO?

Os pontos de não retorno referem-se a limiares críticos nos ecossistemas globais que, uma vez ultrapassados, resultam em mudanças irreversíveis e aceleradas. Exemplos incluem o colapso de floresta amazônica, o derretimento das calotas polares, a acidificação dos oceanos e a perda do permafrost ártico, que podem levar a um aumento descontrolado da temperatura global, comprometendo os esforços de mitigação das mudanças climáticas.

VAMOS ENTENDER UM POUCO MAIS SOBRE OS PRINCIPAIS PONTOS DE NÃO RETORNO NO PLANETA?

  1. Desflorestamento e Colapso da Amazônia

A Amazônia é um dos principais reguladores do clima global, armazenando bilhões de toneladas de carbono e o desmatamento acelerado pode levar ao ponto em que a floresta não consiga mais se regenerar. A degradação da Floresta Amazônica e o risco de transformação em savana são um alerta direto para o ODS 15, que visa proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres. O controle sobre o desflorestamento acelerado e as queimadas não apenas aumentam as emissões de CO₂, mas comprometem a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos essenciais para o equilíbrio climático.

  1. Derretimento das Calotas Polares

O derretimento do gelo da Groenlândia e da Antártica Ocidental pode elevar significativamente o nível do mar, ameaçando milhões de pessoas que vivem em áreas costeiras e contribuindo para eventos climáticos extremos. A liberação de metano pelo permafrost e a intensificação dos extremos climáticos afetam os ODS 13, e demandam ações imediatas e ambiciosas para limitar o aquecimento do clima global.

  1. Permafrost e Liberação de Metano

A perda do permafrost ártico é o degelo do solo permanentemente congelado que se encontra na região do Ártico. O derretimento do permafrost ártico pode liberar grandes quantidades de metano, um gás de efeito estufa extremamente potente, acelerando ainda mais as consequências negativas do aquecimento global. 

  1. Acidificação e Aquecimento dos Oceanos

Os oceanos absorvem grande parte do CO₂ emitido pela atividade humana. Esse processo tem levado à acidificação dos oceanos, e o aumento da temperatura da água afeta diretamente os ecossistemas marinhos, reduzindo populações de corais, peixes e outros organismos essenciais para a segurança alimentar e o equilíbrio ecológico. É um alerta para o ODS 14, pois as mudanças irreversíveis nos oceanos, que estão absorvendo CO₂ em níveis alarmantes, comprometem a pesca e os meios de subsistência das comunidades costeiras.

 

RISCOS PARA A PAUTA DE SUSTENTABILIDADE GLOBAL

O avanço para além desses pontos de não retorno coloca a agenda de sustentabilidade em risco ao inviabilizar muitas das soluções propostas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Por isso, se não houver esforços globais para reduzir emissões e implementar estratégias de mitigação, o avanço dos pontos de não retorno poderá inviabilizar as metas do Acordo de Paris, tornando irreversíveis muitas das mudanças climáticas. Entre os principais desafios estão:

  • Retrocesso nas Políticas Climáticas: O agravamento das condições climáticas pode levar governos a adotarem medidas emergenciais de curto prazo, sem planejamento sustentável de longo prazo.
  • Impacto nas Economias: A perda de biodiversidade e os desastres ambientais geram crises econômicas e sociais, impactando cadeias produtivas e mercados globais.
  • Desigualdade Social e Migração Forçada: Eventos extremos e a degradação ambiental forçarão milhões de pessoas a migrarem, criando desafios humanitários e sociais sem precedentes.
  • Dificuldade de Adaptação: Com a aceleração das mudanças, muitos países e setores produtivos não conseguirão se adaptar à nova realidade climática.

O conceito de ponto de não retorno deve servir como um alerta para governos, empresas e sociedade civil. Ainda há tempo para evitar os piores cenários, mas isso exige compromissos firmes, inovação tecnológica e cooperação internacional. Sem ações imediatas e ambiciosas, a agenda de sustentabilidade pode se tornar inviável, comprometendo um futuro sustentável para a vida no Planeta.

 

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Fonte de pesquisa:

IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). (2023). Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas. Disponível em https://www.ipcc.ch/2023/

World Economic Forum. (2025). Global Risks Report. Disponível em https://www.weforum.org/publications/global-risks-report-2025/

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