Caso do bolo: ‘Nunca tinha visto algo com tanta atrocidade’, diz bombeiro que prestou primeiros socorros a família envenenada


Fernando Goulart, comandante da 3ª companhia do 9º Batalhão dos Bombeiros Militares, foi quem recebeu o familiar das vítimas que buscou socorro. Ao chegar no local, guarnição encontrou uma pessoa já desacordada. Caso deixou três pessoas mortas em Torres. Assista ao primeiro bloco do documentário sobre o Caso do Bolo Envenenado
A primeira pessoa a saber que seis pessoas da mesma família estavam passando mal após comer um bolo envenenado em Torres, em 23 de dezembro, foi Fernando Goulart, comandante da 3ª companhia do 9º Batalhão dos Bombeiros Militares da cidade do Litoral Norte do RS.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
O capitão Goulart foi quem atendeu João Joaquim dos Anjos, de 70 anos, único entre os familiares a não comer o bolo e o responsável por buscar ajuda durante o momento de pânico. Ele foi entrevistado exclusivamente pela RBS TV para o RBS.DOC – O Caso do Bolo Envenenado, transmitido na última sexta-feira (21).
“Nós (bombeiros) fomos a primeira resposta. A gente nunca tinha visto algo com tanta atrocidade como foi esse caso. O que chegou pra nós foi um senhor que informou que a família dele estava passando mal, que havia sete pessoas no apartamento e que só ele não havia consumido o bolo envenenado”, conta o bombeiro.
Assista documentário sobre o caso que chocou o Brasil
Morreram no caso as irmãs Neuza dos Anjos e Maida da Silva, além de Tatiana dos Anjos, filha de Maida. De acordo com a Polícia Civil, Deise é também suspeita de ter envenenado Paulo Luiz dos Anjos, irmão de João, em setembro.
A suspeita de ter envenenado o bolo é Deise Moura dos Anjos, encontrada morta dentro da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, em 13 de fevereiro. A polícia investiga a hipótese de suicídio.
De acordo com Goulart, a família estava em uma casa próxima ao quartel, e João preferiu ir pessoalmente até o lugar do que pedir ajuda por telefone. Também em entrevista ao RBS.DOC, João afirmou que chegou a ligar para Serviço Móvel de Urgência (Samu), que exigiu o endereço exato de onde estava. Desesperado, ele não conseguiu responder a todas as perguntas e saiu a pé, correndo em busca de ajuda.
“Quando nós chegamos ao local, havia uma pessoa desmaiada, e as outras duas não conseguiam caminhar. As outras três estavam um pouco melhor, já conseguiam caminhar e recusaram o atendimento. A guarnição foi insistente, solicitando que eles recebessem o atendimento do médico, que fossem até o hospital, e de fato foram”, conta o bombeiro.
Segundo ele, o atendimento demorou cerca de 5 minutos. O hospital para onde os pacientes foram enviados também é próximo da casa onde eles estavam, não mais do que 500 metros.
“Realmente, a gente nunca viu algo tão sério, tão grave, que chocou a toda a nossa comunidade. Tudo que a gente poderia ter feito naquele momento, foi feito, de forma muito breve, muito célere. Que tenha surtido algum efeito positivo para a saúde das pessoas que acabaram sobrevivendo”, diz o bombeiro.
LEIA TAMBÉM
‘Neto é tudo que tenho’, diz homem que perdeu familiares
EXCLUSIVA: leia entrevista com Zeli dos Anjos
Suspeita deixou recado ‘com desabafo’, diz delegado
Como ficam as investigações após morte
FOTO: camiseta com frases escritas à mão é encontrada em cela
Fernando Goulart, comandante da 3ª companhia do 9º Batalhão dos Bombeiros Militares, que fez o primeiro atendimento à família envenenada por bolo
Reprodução/RBS TV
VÍDEOS: Tudo sobre o RS
Adicionar aos favoritos o Link permanente.