Galípolo diz que BC precisa ter clareza sobre dados da economia: ‘seria equívoco ser preventivo a fantasma’

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DIEGO FELIX
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse em evento com empresários nesta sexta-feira (14) que a autoridade monetária precisa ter mais clareza sobre dados da economia. Segundo ele, em um passado recente, esses dados “se apresentaram de uma maneira que pareciam confirmar uma tendência e, depois, isso não se confirmou”.

“Por isso eu disse que é importante que o Banco Central tenha o tempo necessário para consumir esses dados e ter clareza se não estamos assistindo simplesmente a uma volatilidade que responde esses dados de alta frequência e ter certeza se estamos conseguindo observar uma tendência”, completou Galípolo

Na quarta-feira (12), Galípolo havia dito que o país deve passar por um momento “desconfortável” no curto prazo, com inflação fora da meta e economia mais fraca. O BC prevê um novo estouro do teto da meta (4,5%) em junho, conforme o sistema de alvo contínuo em vigor, depois de o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ter fechado 2024 com alta acumulada de 4,83%.

“Seria um equívoco ser preventivo a um fantasma que não está ali colocado. Esse é um tema que oferece desafio ao endereçamento da política monetária”, disse Galípolo no evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) nesta sexta.

O presidente do BC reiterou que uma coisa é ser preventivo, outra é reagir a uma possibilidade que “não está aí”.

“A discrepância entre projeções e realizado não tem sido pequena. E o Banco Central vai querer sempre, na sua posição mais conservadora, reunir segurança para ter certeza de que não estamos vendo oscilações e estamos vendo a confirmação de uma certeza”, afirmou.

Galípolo ouviu reclamações dos empresários, em maior parte composta por industriais, sobre a taxa de juros no patamar atual de 13,25% ao ano. Como resposta, disse que o remédio amargo (elevação da taxa de juros) surtirá efeito para conter a alta da inflação no país.

“O remédio vai funcionar. O Banco Central tem as ferramentas para conduzir a política monetária, para perseguir a meta, e não vai se furtar a fazer isso”, disse.

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