Israel diz que corpo identificado como mãe dos irmãos Bibas não é dela

yemen palestinian israel conflict protest

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

As Forças Armadas de Israel disseram nesta quinta-feira (20) que o corpo entregue pelo grupo terrorista Hamas junto com os cadáveres de Ariel e Kfir Bibas não é o de sua mãe, Shiri Bibas, como havia dito anteriormente o grupo terrorista Hamas.

De acordo com a imprensa israelense, especialistas não conseguiram identificar o terceiro corpo, mas informaram que as crianças foram “brutalmente assassinadas” pelos terroristas em novembro de 2023, apenas um mês depois de serem sequestrados em 7 de outubro daquele ano durante o ataque que serviu de estopim para o conflito atual. No momento da morte, Ariel tinha 4 anos de idade e Kfir, dez meses.

“Essa é uma grave violação [do acordo de cessar-fogo] por parte dos terroristas do Hamas”, disseram os militares israelenses. “Exigimos que o corpo de Shiri seja devolvido. Compartilhamos o luto da família Bibas nesse momento difícil e faremos todos os esforços para garantir que os reféns estejam de volta o mais rápido possível”, afirmaram as Forças Armadas.

Mais jovens reféns feitos pela facção no atentado, os irmãos Ariel e Kfir se tornaram símbolo da campanha pelo resgate dos sequestrados. O grupo terrorista montou um desfile para entregar os corpos à Cruz Vermelha, o que gerou indignação em Israel.

Veículos da organização humanitária saíram do local da entrega na Faixa de Gaza com quatro caixões pretos que haviam sido colocados em um palco. Cada um dos caixões tinha uma pequena foto dos reféns.

Além da família Bibas, o Hamas entregou o corpo de um quarto refém, Oded Lifschitz. A devolução ocorreu no âmbito de um acordo de cessar-fogo na guerra em Gaza, alcançado no mês passado com o apoio dos Estados Unidos e a mediação de Qatar e Egito.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que seu país está “furioso com os monstros do Hamas” por ter exposto os caixões da forma como fez. “Traremos de volta todos os nossos reféns, destruiremos os assassinos, eliminaremos o Hamas e, juntos, com a ajuda de Deus, garantiremos nosso futuro”, declarou.

Centenas de pessoas se reuniram para a cerimônia montada pelo Hamas em Khan Yunis, no sul de Gaza. Membros da facção patrulhavam a área. Um deles estava ao lado de um cartaz de um homem em pé sobre caixões envoltos em bandeiras israelenses. Em vez de pernas, ele tinha raízes de árvores no chão, sugerindo que a terra pertence aos palestinos. O cartaz dizia “O Retorno da Guerra = O Retorno dos seus Prisioneiros em Caixões”.

O chefe de direitos humanos das ONU, Volker Türk, classificou o desfile de corpos em Gaza de abominável e afirmou que a ação contraria o direito internacional. “Qualquer entrega de restos mortais deve cumprir a proibição de tratamento cruel, desumano ou degradante, garantindo o respeito pela dignidade dos falecidos e de suas famílias”, disse.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.