Policiais presos em Caso Gritzbach citam novo chefe da Civil

Gritzbach

HERCULANO BARRETO FILHO
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Dois policiais civis presos por suspeita de envolvimento no Caso Gritzbach conversaram, em escuta telefônica interceptada pela Justiça, sobre a relação de amizade com o delegado Luiz Carlos do Carmo, que assumiu nesta segunda-feira (10) a diretoria do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro).

Agentes citam “amizade” com colega especulado para assumir o cargo de delegado-geral da Polícia Civil.

“Mas o delegado-geral pode ser um delegado amigo, né? Amigo nosso, né? Chega de ser amigo dos outros. Tem que ser amigo nosso, colado em nós”, disse o agente Eduardo Lopes Monteiro, segundo interceptação revelada pelo Metrópoles e obtida pelo UOL.

“Delegado-geral é o Bad Boy”, responde o agente Valdenir Paulo de Almeida, o Xixo. Bad Boy é o apelido de Luiz Carlos do Carmo, segundo fontes na Polícia Civil. “Nós estávamos com ele na sexta-feira.

Diálogo ocorreu em outubro de 2022, segundo as investigações. A conversa foi interceptada pela Polícia Federal.

Questionada, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) não se posicionou sobre o caso. A pasta se limitou apenas a informar as alterações promovidas nas diretorias de departamentos da Polícia Civil. “As mudanças foram publicadas no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira”, disse um dos trechos da nota da SSP.

PROPINAS DE R$ 30 MILHÕES COM O PCC

Acordo de colaboração premiada embasou investigação. A apuração foi feita com a contribuição do empresário Vinicius Gritzbach, morto a tiros na área de desembarque do aeroporto de Guarulhos no dia 8 de novembro de 2024, e citava o investigador Eduardo Monteiro. A defesa dele alega inocência e diz que a sua prisão foi arbitrária.

A Corregedoria da Polícia Civil já havia investigado Valdenir, um dos policiais flagrados no grampo, por suposto sequestro de Gritzbach. Ele era ligado ao delator, mas depois virou inimigo dele, segundo investigações. O inquérito sobre o sequestro acabou arquivado por falta de provas.

Valdenir também foi investigado por receber R$ 800 mil em propina. O valor foi pago para arquivar uma investigação sobre o esquema de tráfico, em novembro de 2020, segundo a apuração.

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