Noru mantém seu lugar entre os melhores de Brasília

Após um bom tempo sem visitar o Noru, retornei ao point oriental do Noroeste para conferir algumas opções do menu da casa que funcionam tanto como entradas quanto como petiscos, permitindo conhecer mais da cozinha sem necessariamente se limitar aos pratos principais.

Ao chegar, notei que, mesmo após aquele hype inicial, a casa ainda mantém um bom público, com uma ocupação notável para uma quinta-feira chuvosa à noite. Para mim, esse é um dos principais sinais de que a operação segue o padrão de qualidade desde a abertura.

Comecei a noite fugindo do óbvio com o Flat Iron Taco (minitacos recheados com bife flat iron, cebola roxa, maionese japonesa e sweet chilli – R$ 59,81). A massa sequinha, a carne no ponto e a maionese da casa mostraram que meu pontapé inicial foi certeiro. Para equilibrar entre o diferente e o tradicional, segui com o guioza suíno (R$ 39,81), que chegou à mesa como eu lembrava: massa saborosa, recheio suculento e tempero equilibrado.

O Tempurá de milho (R$ 29,81) também é uma ótima opção para abrir a refeição ou servir como belisquete para as crianças. A porção é generosa, e o tempurá funciona quase como uma pipoca que você não consegue parar de comer. Ideal para compartilhar, o carpaccio de polvo espanhol com azeite, vinagre japonês, cebolinha e sal piramidal Maldon (R$ 89,81) trouxe uma genuína alegria – como um verdadeiro amante de polvo. Amo quando acertam tão bem a textura do molusco; quem aprecia sabe a decepção que é sentir o tentáculo borrachudo na boca, o que definitivamente não foi o caso aqui.

Indo para os peixes, o Hotate Lemon (dupla de sashimi de vieiras – R$ 69,81) tem uma apresentação despojada e um sabor divino. Já o Noru Tuna (atum selado com molho de missô spicy, gema de ovo de codorna, cebolinha e gergelim – R$ 69,81) é uma daquelas receitas que justificam a relevância contínua do restaurente. Cubos altos de peixe, sem excesso de fibras brancas, combinados perfeitamente com o molho, a gema e as esferas de shoyu, criam uma experiência memorável no paladar, convidando para uma nova visita.

Em pouco mais de duas horas, consegui explorar seis itens do cardápio, compartilhá-los com duas pessoas e ainda assim sair satisfeito. Enquanto muitos restaurantes apostam em rodízios com dezenas de peças que se resumem a variações de salmão com cream cheese, essa revisita ao Noru mostrou que a casa não se limita a um único formato de serviço, como o famoso (e justo) Omakase. Ela oferece diferentes possibilidades de experiência a partir de um cardápio que valoriza a qualidade do que o cliente vai comer, sem chegar a um preço exorbitante. Após dois anos, o Noru continua na minha lista dos melhores da cidade, especialmente quando a intenção é fugir do megatradicional sem cair em invencionices sem propósito.