Tadalafila nas academias: tendência ou perigo para a saúde?

A tadalafila, conhecida por seu uso no tratamento da disfunção erétil, está ganhando popularidade entre frequentadores de academias. Muitos acreditam que a substância melhora a vascularização e potencializa o desempenho nos treinos. No entanto, médicos alertam que os supostos benefícios para o ganho de massa muscular não possuem comprovação científica, e o uso indiscriminado pode trazer sérios riscos à saúde.

Efeito vasodilatador e sensação de “pump” muscular

A principal justificativa para o uso da tadalafila no mundo fitness está na vasodilatação que o medicamento promove. Esse efeito pode proporcionar uma sensação de músculos mais volumosos e vascularizados durante os treinos, o que leva muitos atletas a acreditar que isso impacta diretamente no crescimento muscular.

No entanto, o Dr. Ronan Araújo, médico especializado em nutrologia, alerta que essa impressão é momentânea e não reflete um real aumento de massa muscular. “A tadalafila dilata os vasos sanguíneos, mas isso não significa que há uma hipertrofia muscular real. O crescimento dos músculos depende de fatores como alimentação, treino adequado e descanso”, explica o especialista.

Riscos do uso indiscriminado

Apesar da popularização do medicamento nas academias, seu uso sem prescrição médica pode trazer consequências graves. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão dores musculares, dor de cabeça intensa, refluxo gástrico e tontura devido à queda da pressão arterial.

Em casos mais sérios, o uso da tadalafila sem necessidade clínica pode sobrecarregar o coração, aumentando o risco de arritmias, infarto e até mesmo AVC. O Dr. Ronan alerta que a combinação da substância com pré-treinos e termogênicos pode potencializar esses riscos.

“O uso indiscriminado de qualquer medicamento sem orientação pode mascarar problemas cardiovasculares e gerar efeitos adversos graves. No caso da tadalafila, não há qualquer evidência científica que sustente seu uso para ganho de massa muscular ou melhora do desempenho esportivo”, reforça o médico.

Mulheres também aderiram à tendência

Embora o medicamento tenha sido criado para tratar a disfunção erétil, algumas mulheres começaram a usá-lo com o objetivo de melhorar a circulação sanguínea e o desempenho físico. No entanto, os efeitos da tadalafila no organismo feminino ainda não são bem estudados, e os riscos podem ser similares aos observados em homens, incluindo queda de pressão e desconforto durante os treinos.

Vale a pena arriscar?

A busca por atalhos para um corpo musculoso e um melhor desempenho físico pode levar a escolhas arriscadas. Sem comprovação científica e com possíveis efeitos colaterais graves, o uso da tadalafila para fins esportivos não é recomendado por especialistas.

“O caminho para resultados sólidos e duradouros na academia passa por alimentação equilibrada, treino adequado e descanso. Qualquer substância utilizada sem necessidade médica pode representar um risco à saúde”, conclui o Dr. Ronan Araújo.

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