Após proposta de Trump, ONU diz que deportação de território ocupado é ‘estritamente proibida’

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O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, rejeitou, nesta quarta-feira (5), a proposta de Donald Trump de assumir o controle de Gaza que qualquer transferência ou deportação forçada de um território ocupado é “estritamente proibida”.

“Qualquer transferência ou deportação forçada de pessoas de um território ocupado é estritamente proibida”, disse Türk em um comunicado, lembrando que “o direito à autodeterminação é um princípio fundamental do direito internacional e deve ser protegido por todos os Estados”.

“É crucial que avancemos até a próxima fase do cessar-fogo, para libertar todos os reféns e prisioneiros detidos arbitrariamente, colocar fim à guerra e reconstruir Gaza, com total respeito ao direito internacional humanitário e ao direito internacional dos direitos humanos”, acrescentou.

Trump lançou uma proposta na terça-feira, em uma coletiva de imprensa em Washington com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem recebeu na Casa Branca, mas sem informar detalhes ou datas e como seria aplicada.

“Os Estados Unidos assumirão o controle da Faixa de Gaza”, declarou o republicano, sugerindo um projeto “a longo prazo” para tornar o território uma “Riviera do Oriente Médio”.

De acordo com Francesca Albanese, relatora das Nações Unidas para os direitos nos territórios palestinos ocupados, a proposta de Trump é “um absurdo absoluto”.

“Está incitando os deslocamentos forçados, que são um crime internacional. É ilegal, imoral e completamente irresponsável, porque piorará ainda mais a crise regional”, declarou em uma visita a Copenhague.

Os relatores especiais da ONU são especialistas independentes designados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e não falam em nome da organização.

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© Agence France-Presse

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