Trump visita Califórnia em plena crise por incêndios florestais

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Donald Trump fez, nesta sexta-feira (24), a primeira viagem de seu segundo mandato, para a Carolina do Norte (sudeste), onde venceu duas vezes, e irá ao bastião democrata da Califórnia, dois estados atingidos por desastres naturais.

Por isso, não assistirá pessoalmente nesta terça à grande marcha anual dos opositores ao aborto em Washington.

O septuagenário, que em 2020 se tornou o primeiro presidente em exercício a participar de uma marcha contra o aborto, gravou, segundo a Casa Branca, um mensagem em vídeo para os manifestantes.

Em um discurso pronunciado na Carolina do Norte (leste), onde, no ano passado, as inundações provocadas pelo furacão Helene mataram mais de 100 pessoas no estado, Trump disse que a Agência Federal para Gestão de Emergências (FEMA, na sigla em inglês) realmente o “decepcionou”.

Trump adiantou que vai assinar “uma ordem executiva para começar o processo de reforma e revisão fundamental da FEMA, ou talvez para se desfazer dela”.

“Vamos recomendar que a FEMA desapareça”, sustentou.

– ‘O melhor presidente’ –

Trump se reuniu com as vítimas das inundações devastadoras e lhes pediu que contassem o que, segundo elas, eram erros das agências federais e as companhias de seguros.

O bilionário tenta usar o tema da ajuda para desastres para investir contra seus rivais democratas na Califórnia, apesar dos incêndios florestais que mataram mais de 25 pessoas, devastaram grandes extensões no estado e provocaram bilhões de dólares em prejuízos.

Disse que poderia reter a ajuda se Califórnia não muda as leis eleitorais que, segundo ele, permitem votar aos migrantes em situação irregular, o que não é certo.

Além disso, estima que o estado poderia resolver sua seca simplesmente abrindo uma válvula, uma afirmação desmentida pelos especialistas.

“Na Califórnia, tenho uma condição”, disse ele. “Quero duas coisas, quero um título de eleitor para o povo da Califórnia […] e quero ver a água ser liberada e descer.”

“Depois disso, serei o melhor presidente que a Califórnia já viu”.

Em agosto de 2024, o presidente, que costuma afirmar que o sistema eleitoral está “manipulado” contra si, opinou que “Se Jesus voltasse à Terra e contasse os votos”, venceria na Califórnia, afirmou.

Em novembro, a então vice-presidente democrata Kamala Harris venceu neste estado, como era esperado, mas Trump ganhou terreno.

Segundo a imprensa, o presidente será recebido em sua chegada pelo governador do estado, o democrata Gavin Newsom.

Ele se tornou um dos alvos favoritos do republicano, que alterou seu sobrenome para chamá-lo de “Newscum” (“scum” significa escória). Ele também o chamou de “idiota” em uma entrevista na quarta-feira na Fox News.

Newsom é um dos principais líderes da oposição a Trump.

“Pretendemos apoiar os estados em todo o país para defender a nossa Constituição e manter o Estado de Direito”, alertou o governador no dia seguinte à vitória republicana.

© Agence France-Presse

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