Erosão no Campo da Esperança: Chão cede e túmulos são abertos na Asa Sul

Erosão no Campo da Esperança:

Por Camila Coimbra

Parte do chão cedeu e três túmulos se abriram na tarde de domingo (19), no cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Em nota, a assessoria do Campo da Esperança informou que a área atingida foi isolada e os reparos foram finalizados até o final dessa segunda-feira (20).

Ivanir Alves, de 76 anos, morador do Guará, é visitante do local e relatou que situações similares já ocorreram em outros anos, durante o período de chuvas intensas. “Foi só um túmulo que caiu por conta da chuva. O problema é que a água não tem para onde escorrer, então qualquer erosão acaba afetando os túmulos, principalmente aqueles de 20 ou 30 anos. Isso é normal”, comentou.

Quando questionado sobre a segurança no local, Ivanir afirmou acreditar que o Campo da Esperança é seguro apenas durante o dia. “Acho que é seguro, mas, quando chega a noite, falta segurança. Eu frequento e considero aqui um lugar seguro comparado a outros estados.” O entrevistado também destacou que os custos para utilizar os serviços do cemitério são elevados e que há falta de limpeza rotineira na área. “Acho caro. A manutenção poderia ser melhorada para evitar problemas como esses. Além disso, a gente observa muita sujeira. Falta esse investimento”, concluiu.

Um funcionário do local, que pediu para não ser identificado, relatou que o cuidado com a terra é reforçado no período da chuva. Ele afirma que os visitantes devem ter cuidado ao transitar sobre as campas. “Existem placas pelo cemitério que avisa que as construções não foram projetadas para suportar o peso de uma pessoa, somente do revestimento e do caixão existente. Então sim, existe o risco da construção ceder”, explica. É importante estar atento às placas e evitar danos à sepultura e principalmente aos visitantes. O Cemitério Campo da Esperança, localizado na Asa Sul, é o maior e mais antigo do Distrito Federal. Com uma área total de 1.200.000 m², ele abriga aproximadamente 220 mil jazigos.

Segundo a empresa, a erosão, embora isolada, pode ser causada pelo excesso de chuvas. Casos semelhantes já ocorreram, mas são minimizados por meio de inspeções constantes nos terrenos. No episódio do último domingo, ninguém se feriu, nenhum caixão ficou exposto e o local já está liberado para visitação.

Além das manutenções regulares, o cemitério está expandindo sua infraestrutura. Cerca de 6 mil novos jazigos, com três gavetas cada, estão sendo construídos em uma área próxima ao Cruzeiro.

Erosão no Campo da Esperança:
Foto: Camila Coimbra

Outros casos

Em 26 de outubro de 2024, uma mulher caiu em uma cova enquanto limpava o túmulo de um parente. Ela foi atendida por um bombeiro. A administradora dos cemitérios do DF afirmou que “esse tipo de acidente é raro, mas pode acontecer nessa época de chuva, quando o solo está mais úmido”.

Em 4 de novembro de 2024, no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, em Brasília, parte do chão cedeu, abrindo dois túmulos e expondo caixões. O incidente ocorreu um dia após o Dia de Finados. A administração do cemitério informou que a área afetada foi reconstruída com placas de concreto e revestimento de grama, além de realizar inspeções nas áreas próximas.

Em 20 de janeiro de 2024, durante um enterro no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga, no Distrito Federal, o terreno cedeu, fazendo com que cerca de dez pessoas caíssem em uma cova de aproximadamente dois metros de profundidade. Cinco pessoas ficaram feridas, incluindo uma mulher de 52 anos, que desmaiou, e uma jovem de 19 anos, que sofreu escoriações. A administração do cemitério atribuiu o incidente ao excesso de peso durante o sepultamento, isolou a área para reparos e ofereceu assistência às vítimas.

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