SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A jovem mineira Luísa Militão Vicente Barroso, 25, assumirá o posto de juíza do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), em Brasília. De acordo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ela é a mais nova magistrada em atuação do país.
Deixou Inhapim, no interior de Mins Gerais, para se dedicar aos estudos. Aos 16 anos, com o intuito de se aprofundar em sua formação, saiu de sua cidade natal para fazer ensino médio no Coluni/UFV (Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa).
“Estudar, saber, agir, vencer”. Esse era o lema da jovem quando iniciou o curso de direito também na UFV, em 2017, de acordo com seu depoimento ao Blog do Eduardo Gonçalves, voltado a advogados.
Estagiou no TRF1 entre 2019 e 2020. Em seu perfil no Instagram, Luísa comemora o fato de voltar agora como juíza ao tribunal: “quanta honra poder regressar a esse tribunal magnífico, onde tive a alegria de estagiar ainda na graduação”.
Nunca pensou em advogar. O foco da magistrada era assumir um cargo público. E diz que, para isso, dedicou 95% de seu tempo aos estudos —cerca de oito horas por dia. Ela diz que deixou o estágio para estudar, o que fazia por 8 horas todos os dias, mas ainda continuava advogando.
Aprovada em três concursos diferentes. Como promotora de justiça, foi aprovada no MPBA (Ministério Público do Estado da Bahia) e na DPMG (Defensoria Pública de Minas Gerais). Em outubro de 2024 saiu sua aprovação no TRF1, para juíza federal. Em seu perfil no Instagram, ela diz que prestou concursos durante um ano e meio, mas que essa foi sua única prova para magistratura federal.
Conciliou estudos com vida pessoal. Embora tivesse uma rotina de estudos puxada, Luísa casou-se em 2022 e se mudou para Vitória da Conquista com o esposo.
Aprovada em segundo lugar
Prestou concurso de maneira despretensiosa. No Instagram, Luísa diz que a carreira como juíza não era o foco por julgar muito além de sua capacidade. Mas já na primeira fase, passou com 10 pontos acima da nota de corte, a sétima melhor nota nas discursivas e nona maior nota da sentença cível.
Reprovou na fase de sentença criminal, mas coube recurso. Ela também conta que seu recurso após a reprovação foi aceito pela banca examinadora e, assim, pôde realizar a prova oral, sendo aprovada em segundo lugar. “O dia em que soube do provimento do meu recurso foi um dos dias mais felizes da minha vida”, diz em uma publicação no Instagram.
“Minha relação com esse concurso é metafísica. […] Nem nos meus melhores sonhos eu ousei imaginar que seria aprovada nas três carreiras jurídicas, muito menos aos 25 anos, fechando com chave de ouro esse ciclo. Veio aí a aposentadoria dos concursos!!! Obrigada, Justiça Federal, e que venha o trabalho”, disse Luísa Militão Vicente Barroso, em publicação no Instagram.