Netanyahu envia autoridades às negociações sobre reféns no Catar

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, instruiu uma delegação de altos funcionários a participar das negociações em andamento no Catar sobre um cessar-fogo e a libertação dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza, anunciou seu gabinete.

As negociações indiretas entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas foram retomadas no último fim de semana no Catar, com o objetivo de estabelecer um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas Israel não foi representado por altos funcionários.

Essas conversas se concentram na libertação dos reféns sequestrados durante o ataque brutal do grupo islamista ao território israelense em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza, de acordo com várias fontes israelenses.

Netanyahu realizou uma reunião em Jerusalém na presença de Steve Witkoff, enviado especial do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Oriente Médio, um representante do governo americano em fim de mandato, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, e autoridades de segurança israelenses, de acordo com a mesma fonte.

“No final da reunião, o primeiro-ministro instruiu o chefe do Mossad [serviço de inteligência externo de Israel], o chefe do Shin Bet [serviço de segurança interna], o general da reserva Nitzan Alon e seu conselheiro de política externa, Ophir Falk, a viajar para Doha para promover ainda mais um acordo para a libertação de nossos reféns”, assinalou o gabinete de Netanyahu em comunicado.

Uma decisão que foi bem recebida pelo Fórum das Famílias dos Reféns, a principal associação de parentes dos sequestrados mantidas em cativeiro na Faixa de Gaza.

“Pedimos à delegação que aproveite esta oportunidade histórica para obter a libertação de todos os nossos entes queridos”, reagiu o grupo em comunicado.

Poucos dias antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca em 20 de janeiro, o presidente em fim de mandato, Joe Biden, falou na quinta-feira sobre um “progresso real” nas negociações.

Por sua vez, Trump advertiu recentemente que a região seria mergulhada em um “inferno” se os reféns não fossem libertados antes de sua volta ao poder.

Em 7 de outubro de 2023, combatentes do Hamas mataram 1.208 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, e sequestraram 251 outras, de acordo com uma avaliação da AFP baseada em números oficiais israelenses.

Dos 251 sequestrados, 96 pessoas ainda estão presas em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.

A campanha de represália de Israel em Gaza já matou mais de 46.500 pessoas, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território.

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© Agence France-Presse

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