Galípolo atribui inflação acima da meta à seca e à desvalorização cambial

Foto: Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, atribuiu o estouro da meta de inflação em 2024 a fatores como o ritmo forte de crescimento da atividade econômica, questões climáticas e depreciação cambial. “A inflação envolveu uma gama ampla de fatores. No sentido contrário, destaca-se a queda do preço internacional do petróleo no segundo semestre do ano”, escreveu Galípolo em carta aberta endereçada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Os efeitos da seca e do ciclo do boi também contribuíram para o quadro inflacionário, sustentou Galípolo. A seca que atingiu parte do país pressionou os preços de alimentação, em especial, de carnes e leite, em função da deterioração de pastagens, e de produtos como café e laranja.

A carta também cita as enchentes no Rio Grande do Sul, que impactaram alguns preços de alimentos, especialmente no próprio estado, mas em geral houve reversão nos meses seguintes.

No documento, o presidente do BC sustenta que “a significativa depreciação cambial decorreu principalmente de fatores domésticos, complementada pela apreciação global do dólar norte-americano”.

A taxa de câmbio subiu de R$ 4,95 na média do último trimestre de 2023 para R$ 5,84 na média do mesmo período em 2024, uma variação de 18,0%. Considerando a média em dezembro de 2023 e de 2024, a taxa de câmbio aumentou de R$ 4,90 para R$ 6,10, uma variação de 24,5%, que corresponde a uma queda do real de 19,7%.

Galípolo ainda reconhece que parcela dos efeitos diretos e indiretos do repasse cambial ainda deve se efetivar em 2025.

Fonte: Metrópoles

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