Dólar abre em alta, ainda com tarifas de Trump no radar e com mercado à espera de novos dados no Brasil


A moeda norte-americana avançou 0,09%, cotada a R$ 6,1089. O principal índice de ações da bolsa caiu 1,27%, aos 119.625 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (9), em um dia de menor volatilidade porque os mercados americanos não operam devido ao funeral do ex-presidente Jimmy Carter.
Ainda assim, investidores seguem repercutindo as últimas notícias sobre os planos de Donald Trump de tarifação de produtos importados de outros países nos Estados Unidos.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h02, o dólar subia 0,12%, cotado a R$ 6,1161. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda fechou em leve alta de 0,09%, cotada a R$ 6,1089.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,17% na semana;
recuo de 1,15% no mês e no ano.

Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em baixa de 1,27%, aos 119.625 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,92% na semana;
perdas de 0,55% no mês e no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
O mercado continua monitorando a informação de que Trump está considerando declarar uma emergência econômica nacional para justificar seu tarifaço.
A medida permitirá que Trump crie um novo programa de tarifas comerciais usando a Lei de Poderes de Emergência Econômica Internacional, que autoriza o presidente a administrar as importações durante uma emergência nacional, segundo a reportagem.
“Nada está fora da mesa”, disse uma fonte familiarizada com o assunto à CNN.
Trump prometeu impor tarifas de 10% sobre as importações globais para os EUA, juntamente com uma tarifa de 60% sobre os produtos chineses. Ele também disse que imporia uma tarifa de 25% sobre as importações canadenses e mexicanas em seu primeiro dia no cargo.
A confiança das empresas aumentou desde a vitória de Trump em novembro, devido às expectativas de cortes de impostos e menos regulamentações. No entanto, há preocupações com as tarifas mais altas sobre importações e deportações em massa, que podem aumentar a inflação e prejudicar o crescimento.
O mercado reage mal à possibilidade de tarifas maiores, pois mais inflação pode obrigar o Fed a aumentar as taxas de juros. Isso aumenta o rendimento dos títulos públicos e reduz o apetite dos investidores por investimentos mais arriscados, dando força do dólar.
Além disso, o mercado avalia o relatório de emprego ADP nos EUA. O setor privado norte-americano criou 122 mil vagas de empregos no mês passado, uma desaceleração em relação a novembro. Economistas consultados pela Reuters esperavam 140 mil novas vagas.
Na sexta-feira sai o mais importante relatório de emprego, o “payroll”. Uma economia aquecida, com forte geração de vagas e inflação persistente, pode fazer o Fed reduzir o ritmo de corte dos juros.
Desde meados de 2024, os EUA estão em um ciclo de redução das taxas de juros. Para que os juros continuem caindo, a inflação precisa desacelerar mais. Até novembro, a inflação anual era de 2,7%, enquanto a meta do Fed é de 2%.
No Brasil, a produção industrial de novembro registrou queda de 0,6% na comparação com o mês anterior e alta de 1,7% contra o mesmo mês de 2023. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 0,5% na variação mensal e de alta de 1,8% na base anual.
O mercado ainda avalia a entrevista exclusiva à GloboNews do ministro Fernando Haddad. Ele afirmou que o déficit primário do Brasil em 2024 ficará em 0,1% e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 3,6%. Os dados não consideram os gastos com a tragédia do Rio Grande do Sul.
Segundo o ministro, o déficit é menor do que o previsto. “Um ano atrás, a previsão do mercado era de 0,8% do PIB. Vamos nos lembrar que era antes do episódio trágico do Rio Grande do Sul que consumiu 0,27% do PIB para atender a população. Era 0,8%, vamos terminar o ano com 0,1% do PIB”.
Questionado se o governo prepara um novo decreto de ajuste fiscal, o ministro disse que primeiro é preciso aprovar o orçamento e adequá-lo ao pacote de corte de gastos aprovado pelo Congresso.
“Nós primeiro temos que adequar o orçamento às medidas já aprovadas, que garantem flexibilidade na execução que não tivemos nos últimos dois anos.”
Ele disse ainda que não gosta de falar em pacote “dois, três, ou quatro”, mas que o governo está em constante estudo para avaliar a adequação dos gastos.
Sobre a previsão de crescimento do endividamento público, Haddad disse que, quando o novo arcabouço fiscal for implementado, a dívida irá estabilizar e depois vai cair. Ele também afirmou que governo afastou ideia de ficar meta para a dívida. Confira aqui outros pontos da entrevista.

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