Ibaneis diz que não pretende sair do MDB

paulo h carvalho


Por Suzano Almeida

O governador Ibaneis Rocha, pré-candidato ao Senado Federal pelo Distrito Federal em 2026, foi categórico à coluna: “Não pretendo mudar de partido” para a disputa. A saída do chefe do Executivo distrital do MDB vinha sendo ventilada em diversas rodas políticas, devido a uma possível aproximação da legenda com o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem Ibaneis é crítico, para o próximo ciclo eleitoral

A partir do ano passado, e com intensidade nas últimas semanas, o nome de Ibaneis Rocha foi cogitado em uma possível transferência para partidos como o PL, PSD, PP e o União Brasil. Entretanto, a intenção de deixar o MDB, comandado nacionalmente por Baleia Rossi e no Distrito Federal pelo presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz, nunca foi verbalizada publicamente pelo governador. “Não pretendo mudar de partido”, garantiu.

Ibaneis Rocha possui afinidade com o campo da direita – porém, ele mesmo nega simpatia pela extrema direita – e mantém críticas tanto ao Partido dos Trabalhadores quanto ao presidente Lula. Sendo assim, uma aliança entre o MDB e o PT poderia forçar a presença de Ibaneis no palanque de adversários. Ainda assim, o governador e pré-candidato reforça a diversidade de campos dentro do seu partido, o que, para ele lhe daria condições de manter sua posição mesmo diante da possível aliança. “O MDB são muitos. Parte sempre apoiou o PT, principalmente no Norte e Nordeste. Veja que em São Paulo o MDB está junto com o PL”, define Ibaneis Rocha. Caso confirme sua candidatura ao Senado, Ibaneis se desincompatibilizará do cargo a partir de abril de 2026.

“O MDB são muitos. Parte sempre apoiou o PT, principalmente no Norte e Nordeste. Veja que em São Paulo o MDB está junto com o PL”

Talvez seja melhor ficar

O primeiro partido a ser apontado como provável destino do governador Ibaneis Rocha foi o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, a sigla tem ao menos dois nomes fortes, que podem ir juntos para a disputa ao Senado Federal: a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a deputada federal Bia Kicis. A mudança de agremiação poderia levar a entraves na composição de uma chapa majoritária para o GDF.

Outro destino cogitado – esse mais recentemente – foi o partido de centro União Brasil. Para o diretório nacional, a ida do governador para a sigla causaria um ganho de status no Distrito Federal. Porém, durante seu mandato, Ibaneis teve estranhamentos com o principal nome do União, o governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República Ronaldo Caiado. Mesmo estando em uma disputa por cargos diferentes, possíveis ressentimentos poderiam atrapalhar a candidatura do chefe do Executivo local.

O PSD também apareceu, recentemente, no cardápio como uma opção. Surfando na onda de quase 900 prefeitos eleitos pelo país, o partido de Gilberto Kassab passou a ser uma via interessante para muitos políticos que querem se afastar do bolsonarismo, em vistas do desgaste causado pela polarização política da última década. No Distrito Federal, a sigla é comandada pelo ex-vice-governador do DF Paulo Octávio, que, depois de disputar a eleição de 2022 contra o próprio Ibaneis, passou a se aproximar do emedebista.

Por último, mas com complicadores eleitorais, está o PP, presidido localmente pela vice-governadora Celina Leão. O Progressista terá a própria Celina na disputa ao GDF, para tanto, ainda que a sigla tenha um bom tempo de rádio e televisão, serão necessárias alianças com outros partidos. Ter a candidata ao governo e ao Senado, simultaneamente, queimaria um apoio, o que na política não soma.

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