Leilões de Imóveis Batem Recorde e Encerram 2024 com Alta Histórica

O setor de leilões de imóveis encerrou 2024 com crescimento expressivo, consolidando-se como uma das alternativas mais procuradas por brasileiros em busca de economia. Segundo dados da Caixa Econômica Federal, apenas no primeiro semestre deste ano foram arrematados 44 mil imóveis, superando a soma dos arremates realizados em 2022 e 2023, que totalizaram 35 mil.

A possibilidade de economizar até 50% no valor dos imóveis, de acordo com estimativas da JusBrasil, tem atraído tanto famílias quanto investidores. Esse movimento também foi refletido nas buscas online: o Google Trends registrou um aumento significativo no interesse por leilões imobiliários, com o termo “leilão de imóveis RJ” atingindo seu pico no último trimestre do ano.

Além de casas e apartamentos, leilões oferecem terrenos, chácaras e propriedades comerciais em várias regiões do país. Henri Zylberstajn, CEO da plataforma de leilões Zuk, ressalta que os leilões representam não apenas economia, mas também uma forma de reinserir imóveis no mercado, ajudando a movimentar o setor imobiliário.

Processo até o leilão: da inadimplência ao martelo

Imóveis leiloados frequentemente têm origem em dívidas de impostos como o IPTU. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 80% das famílias brasileiras enfrentam algum tipo de endividamento, o que contribui para a inadimplência. Após notificações e registro como dívida ativa, imóveis com débitos não pagos podem ser penhorados e leiloados, embora os proprietários tenham a oportunidade de renegociar antes da conclusão do processo.

“Os prazos podem parecer longos, mas é preciso agir rapidamente para evitar que a dívida chegue a um ponto sem retorno”, alerta Zylberstajn. Ele também destaca que a prescrição da dívida, embora possível, é arriscada, já que depende da inércia do órgão público em cobrar o débito.

Impactos da reforma tributária e perspectivas futuras

Outro fator que influencia o setor é a reforma tributária aprovada recentemente. Com benefícios como isenção para locações de até R$ 240 mil anuais e redutores de alíquotas para compras residenciais, o novo texto é visto como um avanço. “Ainda há desafios, mas a reforma abre espaço para crescimento sustentável no mercado imobiliário”, avalia Luiz França, presidente da Abrainc.

Com a transição iniciando em 2026 e conclusão prevista para 2033, o setor tem tempo para se adaptar às mudanças, o que deve fortalecer o interesse por leilões e manter o mercado aquecido nos próximos anos.

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