Superstição? Homenagem? Sorte? Privilégio?Como são definidos os números dos pilotos da Fórmula 1

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Uma das formas de identificar os pilotos de Fórmula 1 durante as corridas é pelo número do carro de cada um deles. O que poucas pessoas sabem é que eles são escolhidos pelos próprios pilotos.

Mas nem sempre foi assim. Antes da temporada de 2014, a numeração era feita com base no ranking de cada equipe no campeonato anterior.

A partir daquele ano, a F1 mudou o sistema, estabelecendo que os próprios pilotos deveriam defender um número durante sua carreira ou temporada na categoria.

Desde então, são eles que definem qual número irá acompanhá-los nas pistas, selecionando o seu favorito entre 2 e 99. E por que isso? Há números que não podem ser usados na F1?

Sim! O # 17! Ele não pode ser usado por nenhum piloto. Foi em 2015 que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou que o 17 ficaria permanentemente indisponível no Mundial de Fórmula 1.

A iniciativa foi tomada em respeito e homenagem ao francês Jules Bianchi, que morreu aos 25 anos, nove meses após sofrer um grave acidente no Grande Prêmio do Japão de 2014, ao colidir com um guindaste que havia entrado na pista para remover o carro do piloto Adrian Sutil.

Tirando o 17 – que foi aposentado – o número 1 é outro que possui restrições. Ele até pode ser usado, mas não está disponível para qualquer um.

O #1 é reservado apenas para o campeão mundial da temporada, o qual pode usá-lo no ano seguinte à sua vitória.

É o caso de Max Verstappen, que conquistou seu quarto título mundial em 2024, e decidiu novamente mantê-lo este ano.

Apesar de seu número original ser o 33, o holandês tem preferido usar o número 1 desde que conquistou seu primeiro campeonato, em 2021.

Já outros campeões preferem manter o seu número permanente, como Lewis Hamilton, que tradicionalmente adota o #44 em sua trajetória nas pistas.

Foi somente na primeira sessão de treinos livres do GP de Abu Dhabi de 2018 que o britânico saiu dos boxes com o “1” estampado no bico do carro, recebendo essa autorização da FIA apenas para atender a um pedido da equipe.

No segundo treino livre, a dianteira do carro já contava com o 44 novamente.

“Desde que ganhamos o primeiro campeonato juntos, nunca tivemos o número 1 no carro; então achei que seria legal, que eu poderia fazer isso em uma sessão. Pelo menos eles terão uma foto (com o número

1) para se orgulharem”, disse Lewis na ocasião.

O uso do número 1 pode ser um privilégio, mas no entender do heptacampeão não é propriamente um símbolo de prestígio.“Não significa nada. Eu pessoalmente não gosto nada disso”, disse ele.
Iniciando 2025 de casa nova, Hamilton levou para a Itália o numeral na bagagem. Ao alinhar no grid em março, na abertura da nova temporada em Melbourne, lá estará o tradicional #44, agora estampado no carro escarlate da Ferrari.

“É o meu número da família. É o número que eu tinha quando comecei a correr. Eu ganhei o meu primeiro campeonato no kart com o 44, portanto significa algo para mim. Já o número 1 foi usado por muitos campeões, como o Vettel, (Michael) Schumacher… Mas nenhum deles teve o 44; pois o 44 é só meu”.

Números temporariamente indisponíveis

Nas regras estabelecidas pela FIA, existem também os números que ficam indisponíveis por dois anos no caso da saída de um competidor, impedindo que qualquer outra pessoa o utilize. Caso retorne ao esporte, ele terá que adotar outra numeração, caso algum piloto já esteja correndo com o que era seu anteriormente.

É o caso do número 5 de Sebastian Vettel, que não podia ser usado até o final de 2024. No entanto, para este ano pôde ser escolhido por Gabriel Bortoleto, que decidiu correr com esse número em sua estreia na Fórmula 1 pela Sauber.

Já o 3 de Daniel Ricciardo não pode ser usado até 2027, o mesmo ocorrendo com o 2 de Logan Sargeant.
Pierre Gasly, que optou pelo #10, confessa que gostaria de usar o #21, mas por ter sido adotado por de Nyck de Vries, ele estará indisponível até 2026.

Por sua vez, o vice-campeão de 2024, Lando Norris, defende o #4 desde que chegou à F1 e nunca soube o motivo exato para a escolha. Sua explicação básica é de que o número se encaixa perfeitamente para substituir o ‘A’ de seu nome na logo L4N.

Aos 18 anos, Andrea Kimi Antonelli assumirá o volante da Mercedes sob o número #12. O jovem o escolheu porque tem Ayrton Senna como sua maior inspiração no automobilismo.

Além disso, o italiano também teve o mesmo número quando conquistou seus primeiros sucessos nas categorias de base. Doohan também queria escolher o número 12, mas teve que se contentar com o 7, trazendo de volta o numeral vencedor com Kimi Raikkonen em 2007.

Já outros atletas escolhem os números de seus carros para homenagear pessoas da família, como Olivier Bearman, que vai estrear como titular pela Haas e que optou pelo #87 porque era o mesmo defendido por seu pai, David, quando ele ainda atuava nas pistas.

O número 13 não é proibido, mas não é muito usado por causa da superstição.

Superstição ou não, a verdade é que, quando se fala sobre uma temporada de Fórmula 1, ninguém quer dar sopa ao azar. Por isso, é bem comum que os pilotos optem por manter por perto números “da sorte” que estiveram presentes em momentos especiais e de vitórias no passado. Se deu certo, por quê mudar?

Veja quais números foram escolhidos pelos pilotos para a próxima temporada, a 75ª da Fórmula 1:

● Lando Norris: 4
● Oscar Piastri: 5
● Lewis Hamilton: 44
● Charles Leclerc: 16
● Max Verstappen: 1
● Liam Lawson: 30
● George Russell: 63
● Andrea Kimi Antonelli: 12
● Fernando Alonso: 14
● Lance Stroll: 18
● Pierre Gasly: 10
● Jack Doohan: 7
● Esteban Ocon: 31
● Oliver Bearman: 87
● Yuki Tsunoda: 22
● Isack Hadjar: 6
● Alex Albon: 23
● Carlos Sainz: 55
● Nico Hulkenberg: 27
● Gabriel Bortoleto: 5

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