Promotor critica atuação de policiais em acidente envolvendo motorista de BMW que matou feirante: ‘Gravíssimo’


Diego Henrique Siqueira pontuou a falta de informações importantes no boletim de ocorrência feito por policiais militares que atenderam a ocorrência. Delegacia de Trânsito recebeu críticas pela ausência no caso. Promotor critica atuação de policiais em acidente envolvendo motorista que matou feirante
O promotor de Justiça Diego Henrique Siqueira Ferreira criticou a atuação das policias civil e militar no acidente que matou o feirante Rivaldo Amaral, de 29 anos, que teve o carro atingido por uma BMW que dirigia na contramão no dia do Natal, na Avenida Marechal Rondon, em Goiânia. Durante a audiência de custódia de Cristhian Andres Gonzalez Jimenez, suspeito de causar o acidente, o promotor pontuou a falta de informações importantes no boletim de ocorrência feito por policiais militares que atenderam a ocorrência (assista acima).
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Em entrevista à TV Anhanguera, a Polícia Militar (PM) afirmou que o suspeito confessou ter bebido antes do acidente, porém, essa informação não constava no relato policial, o que foi criticado pelo promotor.
“Onde ele assumiu? Não sei! Pelos autos, não tem. O exame foi feito quase 5h depois do acidente”, disse o promotor durante a audiência.
Sobre a gravidade do acidente, no relato policial, ao qual o g1 teve acesso, a PM classificou como “danos materiais de pequena monta”. Sobre isso, o promotor criticou a forma como foi descrito e comparou com as imagens do acidente.
“A gente vê o estado do gol (veículo). Esse é o dano de pequena monta mencionado na ocorrência. Se isso for de pequena monta, quero passar distante de um dano de grande monta”, afirmou o promotor.
Em nota, a PM afirmou que segue colaborando com as autoridades competentes para a elucidação dos fatos. Disse ainda que um procedimento administrativo foi aberto para apurar a conduta dos policias envolvidos na ocorrência.
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Divulgação/Bombeiros
Críticas à Polícia Civil
O promotor de Justiça fez ainda críticas à ausência da Delegacia de Crimes de Trânsito (Dict), da Polícia Civil, no local onde aconteceu o acidente.
“Foi informado que a delegada Caroline Paim determinou que as equipes dessa delegacia somente se deslocarão em acidentes de trânsito quando houver vítima fatal. Isso é gravíssimo, excelência. Inicialmente, para a apuração, não tem como a gente antever se uma pessoa vai morrer ou não”, disse o promotor ao juiz.
Sobre as críticas, a Polícia Civil disse ao g1 que “não compete à PCGO comentar críticas do Ministério Público”.
Acidente
Vídeo mostra momento de acidente que deixou feirante em estado grave
Um vídeo, registrado por câmera de segurança, mostra o momento do acidente que deixou Rivaldo gravemente ferido (veja acima). Após a prisão, Christian, que é colombiano, passou por audiência de custódia, pagou fiança de R$ 10 mil e teve o passaporte recolhido.
O estrangeiro se negou a fazer o teste do bafômetro durante o atendimento da ocorrência pela Polícia Militar. Porém, segundo o tenente Leandro José da Silva, que esteve no local, Christian confessou que bebeu antes da batida.
A defesa de Cristhian Andres, disse, inicialmente, que ele nunca respondeu qualquer processo e está muito assustado com toda situação. Com a morte da vítima, o colombiano deve ser autuado por praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor.
“Ele foi convidado a fazer o teste de etilômetro por estar visivelmente embreagado. Porém, ele se recusou”, disse o tenente à TV Anhanguera.
O g1 solicitou um novo posicionamento, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
O colombiano sofreu apenas escoriações leves. No veículo, havia uma mulher no banco do passageiro, que ficou presa entre as ferragens e foi resgatada.
O Corpo de Bombeiros, que atendeu a ocorrência, informou que a batida ocorreu quando o veículo de luxo tentava desviar de um carro que estava parado na avenida, quando entrou na contramão e bateu contra o carro de Rivaldo.
O colombiano Cristhian Andres Gonzalez Jimenez, que dirigia a BMW, chegou a ser preso em flagrante após o atropelamento, mas foi solto após pagar uma fiança de R$ 10 mil por determinação da Justiça.
Rivaldo Amaral
Rivaldo Amaral, que morreu após ficar em estado grave em acidente
Reprodução/TV Anhanguera
Nas redes sociais, o feirante compartilhava a paixão pelo carro, que era equipado com som automotivo, e mostrava seu gosto pelos momentos de lazer na zona rural. Rivaldo ficou internado por 10 dias após o acidente, mas não resistiu a uma complicação pulmonar.
O corpo de Rivado foi velado em Goiânia no sábado (4) e enterrado no domingo (5), em Alvorada do Norte, no nordeste do estado.
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