O desmanche do timaço do Botafogo é um equívoco imperdoável

Ninguém jamais poderia imaginar que o Botafogo de Futebol e Regatas conseguiria algum dia montar um time melhor do aquele da década de 1960, que tinha a sua linha de frente formada por Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. Para quem não se lembra, é um ataque inteirinho de Seleção.
Pois o timaço de 2024 – após conquistar o Brasileirão e a inédita Copa Libertadores da América – já está sendo considerado o melhor Botafogo de todos os tempos. Para os mais veteranos é difícil de admitir, mas essa é uma realidade quase incontestável.
Houve depois o fracasso na Copa Intercontinental (a goleada sofrida para o Pachuca do México), mas isso não será levado em consideração. O Botafogo caiu numa cilada montada pela Fifa, após viajar 20 horas para entrar em campo com alguns jogadores que não conseguiram sequer dormir na noite anterior. Vamos deletar isso da memória recente do Botafogo, por favor.
O que está causando preocupação neste momento é o desmanche do melhor Botafogo da história. Sim, o time está se desmanchando aos poucos. Oito nomes já foram confirmados fora do clube, entre eles o campeão mundial Thiago Almada, que pode ser substituído por Bitelo, do Dínamo de Moscou; e Luiz Henrique, o Rei da América, que será trocado por Jefinho.
Além dos dois melhores jogadores do elenco, outros nomes estão de saída: o goleiro Gatito Fernández, o lateral-direito Rafael, os zagueiros Adryelson e Pablo, os laterais-esquerdos Marçal e Hugo e os meio-campistas Tchê Tchê, Eduardo e Óscar Romero. Tudo isso sem falar do técnico Artur Jorge.

Promessas, promessas…


Na virada do ano, o norte-americano John Textor veio a público tentar tranquilizar os torcedores, e, numa mensagem gravada, prometeu:
“Tivemos um 2024 incrível, nunca esqueceremos. Vamos fazer 2025 ainda melhor. Tivemos o último ano de afirmação, em 2025 temos mais a provar no Brasil, com a Copa do Mundo de Clubes… Vamos nos divertir juntos. Feliz ano novo!”, afirmou Textor.
Não precisa ser estudioso de futebol para saber que um bom time não se forma da noite para o dia. Não se trata apenas de juntar um punhado de craques e entregar as camisas. Se fosse fácil assim, a Seleção Brasileira, com Neymar e Vini Jr., não estaria dando tanto vexame.
A questão é que o Botafogo pertence ao Grupo Eagle, de John Textor, sócio também do Lyon, Crystal Palace e Molenbeek. As transferências de Luiz Henrique, Almada e Adryelson para o Lyon poderiam ser evitadas. Bastaria uma ordem do Mr. Textor, e pronto.
Sim, porque nenhum desses times do Grupo Eagle tem a chance que o Botafogo terá no Mundial de Clubes que será disputado no meio do ano.
É uma pena que ninguém tenha pensado na hipótese de, ao invés de desmanchar aquele timaço, trazer mais alguns reforços para torná-lo capaz de enfrentar qualquer gigante europeu.
É realmente uma grande pena.

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