São Paulo foi mais quente que a média em todos os meses de 2024, aponta Inmet

FÁBIO PESCARINI E LUCAS LACERDA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Todos os meses de 2024 tiveram temperaturas acima da média na cidade de São Paulo. É o que aponta o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) na capital paulista.

O levantamento com os principais índices do ano também mostra que em sete meses choveu menos que a média no município.

Segundo o instituto, as temperaturas elevadas durante todo o período eram esperadas, por causa da forte influência do El Niño (fenômeno que provoca o aquecimento do oceano Pacífico).
Setembro foi o que teve a maior alteração. De acordo com as medições a partir da estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte de São Paulo e que é a oficial da cidade, neste mês a temperatura ficou 5,3°C acima da média.

A média máxima registrada no nono mês deste ano foi de 30,1°C contra 24,1° da climatológica, que é a média para o período.

Em 26 de setembro, pelo terceiro dia seguido, a cidade de São Paulo havia registrado recorde de calor, com 36,3°C de temperatura máxima.

O tempo seco fez São Paulo ter a pior qualidade do ar do mundo por cinco dias seguidos em setembro, mês em que choveu 63,7 mm a menos que a média -a pior marca do ano foi em março, com 86,5 mm a menos que a média.

As médias das temperaturas mínimas também ficaram além do normal todos os meses -a maior marca foi em maio, com 3,6°C acima.

No país, o ano de 2024 foi o mais quente já registrado, segundo dados do Inmet. A média de 25,02°C verificada para o ano passado é a maior desde 1961, ponto de partida da série histórica do órgão oficial de meteorologia brasileiro.

O desvio médio de temperatura foi de 0,79°C, considerando a série de 1991 a 2020.

De acordo com comunicado do Ministério da Agricultura e Pecuária, ao qual o Inmet é vinculado, foi verificada uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos nos desvios de temperaturas médias, “que pode estar associada à mudança no clima em decorrência da elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais.”

O verão, que começou em 21 de dezembro, deverá marcar temperaturas acima da média no Brasil, dizem meteorologistas ouvidos pela reportagem. A chuva também tende a ser maior que o habitual para a estação do ano em boa parte do país, inclusive em São Paulo.

Há possibilidade de novas ondas de calor -nove delas foram registradas em 2024.

“O aquecimento global vai influenciar em todas as estações do ano. Nas últimas décadas, principalmente a partir dos anos 2000, temos enfrentado cada vez mais esses eventos extremos. Inclusive ondas de calor mais intensas”, disse recentemente Danielle Ferreira, meteorologista do Inmet, à reportagem.

Um possível refresco com o La Niña, caracterizado pelo resfriamento da superfície do oceano nas porções central e oriental do Pacífico Equatorial, fica cada vez mais fraco e distante, segundo previsões da OMM (Organização Meteorológica Mundial), agência ligada à ONU (Organização das Nações Unidas).

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