Guerras em Ucrânia e Gaza entram em 2025 sem previsão de fim

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As guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza marcam o início de mais um ano. No solo ucraniano, o maior conflito em solo europeu desde a 2ª Guerra Mundial se estende e provavelmente completará 3 anos em 24 de fevereiro de 2025.

Ainda não há clareza sobre como uma paz pode ser negociada entre o presidente russo, Vladimir Putin (Rússia Unida, centro), e o ucraniano, Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro).

Zelensky propôs desde 2022 que a guerra deveria ser finalizada com o seu “plano de vitória”, que incluía a devolução de todos os territórios ucranianos ocupados pelos russos e a adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a fim da garantia de segurança do país do Leste Europeu.

A ideia, porém, não avançou e o conflito escalou durante 2024. A Ucrânia passou a usar mísseis de longo alcance dos Estados Unidos. A Rússia respondeu com foguetes hipersônicos. Isso levou o Putin a caracterizar o conflito como “global”.

INFLUÊNCIA DE TRUMP NO CONFLITO

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), tenta se mostra um mediador do conflito. Já chegou a dizer que o fim da guerra na Ucrânia é a sua prioridade em seu 2º governo. Mas não está claro como ele influenciará a resolução da disputa entre Putin e Zelensky.

Trump é um críticos dos auxílios enviados para os ucranianos e o seu vice, J.D. Vance (Partido Republicano), chegou a afirmar durante a campanha eleitoral que os EUA proporiam um acordo em que a Ucrânia cederia os territórios ocupados por Moscou e não aderisse à Otan -o que seria um acordo que supostamente agradaria líder russo.

Esse posicionamento de Trump contribui para tornar o rumo do conflito incerto. Sob a ótica do professor de Direito Internacional da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Lucas Carlos Lima, será importante observar o posicionamento do republicano e a sua capacidade de influenciar Putin e Zelensky.

Para o professor de Relações Internacionais da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Miguel Mikelli, à luz do 1º mandato, o futuro presidente norte-americano irá focar no ambiente doméstico e, internacionalmente, se apresentará como um mediador dos conflitos.

“Não acho que haverá um escalonamento do conflito porque no 1º governo ele deixou claro que a sua política era é isolacionista. No entanto, a falta de um engajamento maior dos Estados Unidos em cenários internacionais pode ser um elemento problemático”, declarou Mikelli em entrevista ao Poder360.

CONFLITO EM GAZA

A guerra travada desde 7 de outubro de 2023 entre Israel o Hamas na Faixa de Gaza tomou novas proporções em 2024. A tensão entre os israelenses e os iranianos se intensificou e ambos trocaram ataques a mísseis em diferentes momentos do ano.

O Hezbollah, aliado do Hamas e do Irã, tornou-se mais relevante nas tensões no Oriente Médio. O grupo aumentou os seus ataques contra o norte de Israel, que reagiu avançando tropas sobre o território libanês e atacando Beirute.

Um princípio de paz foi alcançado com o acordo de cessar-fogo entre Israel e Líbano. O tratado tem até meados de janeiro para ser concretizado, mas há diversos relatos de descumprimento do pacto.

Enquanto isso, as negociações de trégua em Gaza não tiveram sucesso. Diferentes resoluções foram apresentadas e algumas até aprovadas, mas, na prática, nenhuma foi efetiva.

As conversas para um cessar-fogo devem evoluir ao longo de 2025. O governo de Israel diz estar mais confiante para a devolução de reféns do Hamas capturados nos ataques de 7 de outubro de 2023. Acredita-se que cerca de 130 pessoas ainda estejam presas no enclave pelo grupo extremista.

O grupo extremista palestino foi enfraquecido pelo esgotamento de alguns de seus aliados próximos, como o ex-presidente da Síria Bashar al-Assad, derrubado do cargo por grupos extremistas sírios, e do Hezbollah. Isso abriu margem para as negociações de Israel e do Hamas envolvendo os reféns.

Poder 360

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