Quase 3,5 mil operações foram realizadas na TI Yanomami, aponta Casa de Governo

Foram realizadas operações de desintrusão, patrulhamento fluvial, repressivas aéreas, além de inutilização de pistas de pouso irregulares. (Foto: Comando Operacional Catrimani II)

Em nove meses de atuação, a Casa de Governo, coordenada pelo Governo Federal, realizou 3.488 operações na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima, com o objetivo de combater o garimpo ilegal e proteger as comunidades indígenas. Segundo o Governo Federal, as ações, que começaram em março deste ano, resultaram na retirada de invasores, na destruição da infraestrutura criminosa e na entrega de assistência humanitária às populações Yanomami.

De acordo com o balanço divulgado nessa segunda-feira (30), a abertura de novos garimpos na região foi reduzida em 96,3% em comparação com 2022, quando o garimpo ilegal atingiu seu auge, com impactos devastadores para os Yanomami, como desnutrição, aumento de doenças como a malária e escassez alimentar. O Governo Federal garantiu que as operações desmantelaram acampamentos, depósitos e equipamentos, interrompendo a logística dos criminosos.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi responsável por apreender 21,6 kg de ouro, avaliados em mais de R$ 10 milhões, durante uma fiscalização na BR-174, em Rorainópolis. Já a Polícia Federal apreendeu 7,8 kg de ouro no aeroporto de Boa Vista. Conforme o Governo, as operações resultaram, ao todo, na apreensão de 33 kg de ouro e 226 kg de mercúrio, usados na extração ilegal de minerais na TIY.

Além disso, de acordo com as informações, as forças de segurança destruíram mais de 80 mil litros de óleo diesel e interditaram postos de combustíveis que abasteciam as atividades ilegais. O Governo garantiu que foram erradicadas 50 pistas de pouso clandestinas, inutilizadas 26 aeronaves e apreendidos mais de 1.000 motores e toneladas de cassiterita, desarticulando a infraestrutura que sustentava o garimpo ilegal.

Entre 3 e 7 de julho, tropas do Exército destruíram 11 pistas usadas para o garimpo ilegal em Campos Novos. (Foto: reprodução/Cmdo Op Catrimani)

Com 19.365 abordagens realizadas, as operações resultaram em 2.516 autuações, 229 notificações e 159 prisões, enfraquecendo as redes criminosas e impondo multas que somaram R$ 11,4 milhões. O garimpo ilegal, que causava um prejuízo estimado em R$ 267 milhões, sofreu um impacto financeiro significativo, conforme o balanço das autoridades.

Ao final de 2024, conforme o balanço oficial, a área de influência do garimpo ilegal foi reduzida em 91,11%, superando os 73% registrados no início do ano. Nilton Tubino, diretor da Casa de Governo, destacou: “Não se trata apenas de combater o garimpo ilegal, mas de garantir que os Yanomami vivam em paz em suas terras ancestrais, livres de ameaças.”

Assistência aos indígenas e saída de garimpeiros

Além da ação repressiva, houve entrega de assistência humanitária às comunidades Yanomami, com a distribuição de alimentos, medicamentos e outros itens essenciais. Os rios Uraricoera e Mucajaí, antes contaminados pelo mercúrio, começaram a apresentar sinais de recuperação ambiental.

“Com o território novamente seguro, as comunidades Yanomami estão retomando suas roças e práticas tradicionais, essenciais para sua autonomia alimentar e cultural”, divulgou o Governo, afirmando ainda que, em resposta às operações, grupos de garimpeiros se renderam e abandonaram acampamentos ilegais na região.

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