Pássaros, pesadelo dos pilotos, estão por trás de muitos acidentes aéreos

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Paris, França

As colisões com pássaros, uma particularidade que possivelmente causou a queda de um Boeing da companhia aérea Jeju Air na Coreia do Sul neste domingo (29), provocaram muitos acidentes aéreos, a maioria deles sem gravidade.

Desde 1988, as colisões com aves causaram 262 mortes humanas e destruíram 250 aeronaves em todo o mundo, de acordo com o Australian Aviation Wildlife Hazard Group (AAWHG), uma equipe criada pela aviação civil australiana. Estes números não incluem o acidente na Coreia do Sul, que deixou 179 mortos.

Este tipo de incidente é mais frequente à medida que o tráfego aéreo aumenta. Só nos Estados Unidos, entre 1990 e 2023, foram relatadas 291.600 colisões entre animais selvagens e aeronaves civis, segundo dados da Federal Aviation Administration (FAA).

Esses incidentes causam mais de US$ 1,2 bilhão (R$ 7,4 bilhões na cotação atual) em danos às aeronaves a cada ano, de acordo com a AAWHG.

Na maioria das vezes ocorre durante a descolagem ou pouso, entre 0 e 15 metros de altura. Durante o voo, as colisões são mais raras, mas não impossíveis.

Um dos casos mais famosos de incidente aéreo com aves remonta a janeiro de 2009, quando o piloto de um Airbus A320 da US Airways com 155 pessoas a bordo conseguiu pousar no rio Hudson, em Nova York, após colidir com um bando de gansos selvagens.

Gritos de angústia

“Na maioria dos casos, atingem um pássaro não causa acidentes graves”, disse um ex-funcionário do Escritório Francês de Pesquisa e Análise de Segurança da Aviação Civil (BEA), que pediu anonimamente.

Na maioria das vezes, os danos são apenas materiais e são retomados a massacrados ou impactos na cabine da cabine. Mas quando uma ou mais aves “entram em um reator, os danos podem ser mais graves”, especialmente se os animais danificarem o compressor, “o que pode causar uma avaria ou fazer o motor parar”, explicou o especialista do BEA.

O risco aumenta dependendo do tamanho das aves ou do seu número, especialmente durante o período migratório. Restos de pássaros ou peças danificadas podem causar chamas ou incêndio no reator.

“Mas em geral todo o sistema hidráulico e elétrico do avião não quebra”, então o dispositivo pode ser manobrado para retirar o trem de pouso, instruído pelo especialista.

Ele também ressaltou que o segundo reator foi projetado para assumir o controle quando o outro parar de funcionar.

Uma discussão nos dois reatores ao mesmo tempo é algo “excessivamente incomum”, segundo o especialista.

Para evitar riscos, os fabricantes de aviões realizam testes de resistência nos reatores, contra os quais jogam pintinhos mortos; e os aeroportos transmitem gritos de angústia dos pássaros através de alto-falantes ou disparam para o alto para afugentar as aves.

Agence France-Presse

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