Unidades de saúde do Rio de Janeiro oferecem cursos de Libras para melhorar a comunicação com pacientes surdos


Já são 160 profissionais habilitados em mais de 30 unidades de atenção primária da cidade do Rio. Unidades de saúde do Rio fazem cursos de língua de sinais para melhorar comunicação com pacientes surdos
Unidades de saúde do Rio de Janeiro criaram cursos em língua de sinais para melhorar a comunicação entre funcionários e pacientes surdos.
Elson, um paciente surdo desde os seis anos de idade, afirma: “Eu tô bem. Tá tudo bem”. Essa comunicação nem sempre foi fácil nos hospitais. A boa notícia é que, agora, ao redor da cama do CTI, tem muita gente empenhada em se comunicar com ele.
O médico intensivista João Curi dá os primeiros passos com a língua de sinais. Mas ainda precisa do intérprete, o cirurgião plástico Tarcísio Encinas, que aprendeu Libras quando ainda era criança.
“Meu irmão é surto. Então, minha mãe sempre orientou, tanto eu quanto minha irmã, a aprender Libras. Sempre quando tem alguma emergência, que chega um paciente surdo, sou chamado para ajudar na comunicação”, diz Tarcísio.
Quando Elson chegou ao hospital ele entrou pelo setor de traumas, tinha acabado de sofrer um acidente de moto. Sentia muitas dores e desconforto por causa de uma fratura na perna. Por ser surdo, tinha uma dificuldade enorme de se comunicar com a equipe da emergência.
Ele, então, foi acolhido por uma enfermeira da UTI, que tinha feito um curso de língua de sinais no hospital. Isso fez toda a diferença. Foi a Magna Antunes quem traduziu as necessidades do Elson para a equipe.
“Eu falei: ‘tá tudo bem? Como você chegou aqui? Como foi?’ Aí ele foi sinalizando”, lembra a enfermeira.
Magna está entre os 40 formandos do primeiro curso de língua de sinais do Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Na segunda turma, são mais 40 de todas as áreas do hospital.
“Quando um surdo sabe que aqui tem os profissionais capacitados para atender, a procura começa a aumentar. Então, nós temos muita procura da comunidade surda na unidade”, afirma a coordenadora do curso de Libras, Suellen Guimarães.
É no hospital que o doutor João Curi está aprendendo que saber Libras é essencial.
“Sinto que ele se sente acolhido. Sinto que ele se sente importante, que tem alguém ali realmente ao lado dele, que se importa com ele e com os cuidados que ele necessita”, diz o médico intensivista.
A técnica em enfermagem Jaqueline Dias também está preparada para receber os pacientes surdos que chegam pelo setor de traumas.
“É muito bom, porque você vê esse retorno deles. Você vê que realmente é algo que é essencial”, diz Jaqueline.
Na rede municipal do Rio, outra paciente, a Aline Feitosa, também consegue se comunicar. Ela fez todo o pré-natal acompanhada por um agente de saúde que sabe Libras.
“Ele me ajuda muito, ele lutou pela acessibilidade, pela informação. Ele conversava com o médico, comigo. Então foi ótimo”, afirma.
Já são 160 profissionais habilitados em mais de 30 unidades de atenção primária da cidade. A ideia, agora, é expandir o ensino de Libras para todas as unidades da capital.
“É direito sim, mas principalmente é cidadania, porque todo mundo tem direito à comunicação.”
Unidades de saúde do Rio oferecem cursos de língua de sinais
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