Suspeito de matar CEO deve ser transferido para Nova York, diz jornal

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O suspeito de assassinar o CEO da United Healthcare, Brian Thompson, concordou nesta quinta-feira (19) em ser transferido para Nova York, local do crime em 4 de dezembro. A informação foi dada pelo jornal The New York Times.

Luigi Mangione está preso em Altoone, na Pensilvânia, desde 9 de dezembro após cinco dias de buscas.

Ele foi reconhecido por clientes e funcionários do McDonald’s e foi preso com uma arma, um silenciador e cartões de identidades falsas.

A Promotoria de Nova York vem tentando a transferência desde que ocorreu a prisão, mas a defesa de Mangione havia indicado que resistiria ao pedido.

Na terça-feira (17), a Promotoria de Nova York indiciou Mangione por 11 crimes, incluindo assassinato em primeiro grau e assassinato como crime de terrorismo. Ele enfrentaria uma sentença obrigatória de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional se condenado por todas as acusações.

“Esse tipo de violência armada premeditada e direcionada não pode e não será tolerada”, disse o promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, em comunicado anunciando a acusação formal.

“Este foi um assassinato assustador, bem planejado e direcionado, que tinha a intenção de causar choque, atenção e intimidação”, disse Bragg aos repórteres. “A intenção era semear terror.”

Além disso, o New York Times informou que promotores federais avaliam denunciar Mangione por homicídio e outros crimes.

Formado em engenharia, Mangione disparou vários tiros contra Thompson, quando o CEO chegava em um hotel de Nova York, onde a United Health realizaria um evento com investidores. Thompson era funcionário do grupo há 20 anos e assumiu o cargo de CEO da unidade de seguros em 2021.

Imagens de câmeras de segurança mostraram que o suspeito esperou a chegada da vítima no local. Após os disparos, Mangione fugiu do local com uma bicicleta elétrica, mas foi preso cinco dias depois.

Mangione sofria de dor crônica nas costas que afetava sua vida diária, segundo amigos e postagens nas redes sociais, embora não esteja claro se sua saúde pessoal teve algum papel no tiroteio.

‘SEM HEROÍSMO’

O assassinato de Thompson provocou uma onda de indignação de americanos que lutam para receber e pagar por cuidados médicos.

Os americanos pagam mais por cuidados de saúde do que qualquer outro país, com gastos em prêmios de seguro, copagamentos, produtos farmacêuticos e serviços hospitalares em alta nos últimos anos, mostram dados do governo.

As palavras “negar”, “defender” e “depor” foram escritas nas cápsulas de bala encontradas na cena do assassinato de Thompson, relataram vários meios de comunicação, evocando o título de um livro crítico à indústria de seguros.

Mangione foi celebrado em alguns círculos, e mais de mil doações foram feitas em uma arrecadação de fundos online para sua defesa legal.

A comissária de polícia de Nova York, Jessica Tisch, disse que qualquer tentativa de racionalizar as ações alegadas de Mangione era “vil”. “Não há heroísmo no que Mangione fez”, disse Tisch. “Não celebramos assassinatos e não glorificamos o assassinato de ninguém.”

A acusação acusou Mangione de assassinar Thompson com a intenção de “influenciar a política de uma unidade de governo por intimidação ou coerção.”

A United Health disse na semana passada que Mangione não era cliente da seguradora de saúde.

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