Com o fluxo de saída acima da média, BC vai atuar como vem atuando no câmbio, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 19, ao ser questionado sobre novas intervenções no mercado de câmbio nos próximos dias, de que o entendimento da autoridade monetária é de que o anúncio prévio dessas operações não é o meio mais eficiente de atuação. “A gente está mapeando o fluxo no dia a dia. Temos uma percepção de que um pedaço grande do fluxo vem até sexta-feira, até semana que vem, porque a gente tem uma semana de Natal e Ano Novo onde você tem um volume menor de operações”, explicou.

As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado mais cedo.

Campos Neto garantiu que o BC vai continuar monitorando o fluxo. “A gente entende que nesse momento, com as outras fragilidades que existem e com o fluxo de saída que é muito acima da média e identificamos e explicamos aqui, o Banco Central precisa atuar na forma como a gente está atuando”, disse.

Ele voltou a enfatizar que não pode dizer o que será feito. “A gente vai mapeando o fluxo ao longo do tempo, mas só enfatizando, de novo, que é da mesma forma que a gente sempre fez no passado”, afirmou.

Também na mesma entrevista coletiva, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a ideia de um ataque especulativo contra o real como movimento coordenado não explica bem a situação do câmbio neste momento.

“Eu acho que não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, vamos dizer assim, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido. Basta a gente entender que o mercado funciona, geralmente, com posições contrárias. Para existir um mercado, precisa existir alguém comprando e alguém vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem”, disse o diretor do BC.

Estadão conteúdo

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