BNDES e BID aprovam R$ 5,4 bi em crédito a micro, pequenas e médias empresas da Amazônia

LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) anunciam nesta quinta (19) a aprovação de R$ 5,4 bilhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas da Amazônia brasileira.

A medida faz parte de um programa chamado Pró-Amazônia, que tem potencial de atender a cerca de 16 mil negócios da região, segundo as instituições.

O banco brasileiro afirma que obteve a aprovação de um empréstimo do BID de R$ 4,5 bilhões para essa finalidade. A contrapartida prevista do BNDES é de R$ 900 milhões.

“A iniciativa busca fortalecer atividades produtivas sustentáveis que geram empregos e aumento da renda. O BNDES tem priorizado essa operação e avança nos processos internos para deliberação e na posterior ratificação legislativa”, diz.

O banco ressalta que as micro, pequenas e médias empresas são as maiores empregadoras do país.

Também declara que os negócios de menor porte da Amazônia brasileira enfrentam “sérias restrições” de acesso a financiamentos de longo prazo.

“Com o crédito, as micro, pequenas e médias empresas localizadas na Amazônia poderão expandir sua capacidade de investimento em novos meios de produção e em práticas sustentáveis, essenciais para conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e a regulação do clima, que é um dos pontos centrais do governo do presidente Lula”, afirma em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Esses investimentos incluem ativos fixos, como a aquisição de máquinas, equipamentos, veículos, bens e serviços”, completa.

Segundo dados do observatório Copernicus, da União Europeia, incêndios florestais, potencializados pela seca intensa, fizeram disparar a liberação de gases causadores de efeito estufa na Amazônia Legal em 2024.

Os valores são os mais elevados desde 2010, com emissões totais estimadas em pelo menos 176,6 megatoneladas de carbono.

Também em nota, o presidente do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn, afirma que o futuro da floresta amazônica requer uma “visão holística”, que proteja o meio ambiente e ofereça oportunidades econômicas sustentáveis para os habitantes da região.

“Essa abordagem é central no nosso programa Amazônia Sempre e baliza esta parceria com o BNDES para beneficiar mais de 16 mil micro, pequenas e médias empresas amazônicas”, diz.

O banco brasileiro afirma que, com o empréstimo do BID, ampliará sua capacidade de oferta de crédito com um “enfoque multissetorial” e operações indiretas, realizadas por meio de agentes financeiros credenciados.

“O empréstimo do BID tem prazo de amortização de 25 anos, 5,5 anos de carência e uma taxa de juros baseada na SOFR, a taxa referencial para empréstimos calculada pelo Federal Reserve [banco central dos Estados Unidos]”, diz o BNDES.

A instituição brasileira e o BID já haviam anunciado em 2023 a assinatura de uma carta de intenções do Pró-Amazônia.

Na ocasião, a previsão divulgada era destinar aproximadamente R$ 4,5 bilhões em crédito para microempreendedores individuais e micro, pequenas e médias empresas da região amazônica.

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