MP denuncia 19 pessoas em seis estados por envolvimento em crimes violentos, roubo de carga, tráfico e lavagem de dinheiro


Em outubro, mandados foram cumpridos em São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas. Grupo movimentou R$ 424 milhões entre 2018 e 2023. Polícia Federal apreendeu armas e munições em operação contra roubo de cargas
Divulgação/Polícia Federal
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O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou nesta quarta-feira (18) 19 pessoas em seis estados por envolvimento em crimes violentos, roubo de carga, tráfico e lavagem de dinheiro.
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A quadrilha foi alvo da Operação Ladinos, deflagrada em outubro deste ano. A investigação apontou que o grupo movimentou R$ 424.424.286,17 entre 2018 e 2023. “Os envolvidos ainda se valiam de estratagemas para ocultar a propriedade de veículos automotores de valor elevado”, diz o MP-SP.
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Ainda de acordo com o órgão, os acusados podem responder por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento público.
Celular apreendido em operação da Polícia Federal de Campinas
Divulgação/Polícia Federal
Operação Ladinos
O grupo atuava em várias regiões do país, especialmente no eixo Sudeste-Nordeste, de acordo com a investigação. Em outubro, foram expedidos 19 mandados de prisão temporária e 21 de busca e apreensão contra pessoas físicas e empresas em São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas.
Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, a Justiça também determinou o bloqueio de R$ 380 milhões em bens e valores ligados aos investigados. O material apreendido – como dinheiro em espécie, cartões bancários, oito carros, armas, munições, além de relógios, celulares e correntes, todos que aparentam ser de ouro – foi encaminhado à sede da Polícia Federal em Campinas.
A especialidade da quadrilha era roubo de cargas de defensivos agrícolas, que são produtos utilizados no combate a elementos, como insetos, plantas e pragas, que são prejudiciais à agricultura.
Segundo o delegado chefe da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza, duas empresas envolvidas no esquema, que ficam em Minas Gerais, eram responsáveis pela distribuição do produto roubado. Do total de 19 mandados de prisão, 15 foram cumpridos à época.
Relógios de ouro foram apreendidos em operação da Polícia Federal
Divulgação/Polícia Federal
Como começou e como funcionava?
Segundo a PF, a investigação começou em 2022 depois que a corporação descobriu que o líder de uma organização criminosa especializada em roubo de cargas, e suspeito de homicídios em Sergipe e em Ribeirão Preto, morava em um condomínio de luxo em Campinas.
Depois de diligências e investigações, a Polícia Federal localizou e prendeu, no dia 24 de junho de 2022, o líder da quadrilha, o qual tinha um mandado de prisão preventiva expedido por roubo de carga de defensivos agrícolas em Presidente Venceslau (SP).
Ele usava identidades falsas e mudava de endereço constantemente para não ser localizado. No caso do homicídio de Ribeirão Preto, a vítima foi assassinada na frente da esposa e da filha. Apesar do mandado de prisão expedido por conta da operação desta quinta-feira, o homem já estava preso.
À época da prisão, a polícia apreendeu, na casa dele, um cartão de banco com nome falso utilizado por outro integrante da organização criminosa; um jammer (bloqueador de sinal de comunicação usado em roubo de cargas), notebook; aparelhos celulares; documentos; e veículos.
Por conta do que foi apreendido, a PF iniciou uma uma investigação sobre a quadrilha que ele liderava e identificou dois núcleos:
1º núcleo: crimes violentos, como homicídios e roubos de cargas e instituições financeiras, principalmente na região de Campinas.
2º núcleo: tráfico de drogas, receptação e lavagem de capitais.
De acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa movimentou, por meio de empresas de fachada, identidades falsas, laranjas e movimentações financeiras fracionadas, “centenas de milhões de reais” para ocultar os ganhos com diversos crimes.
A operação recebeu o nome de “Ladinos” em referência à capacidade dos investigados no desenvolvimento de um complexo sistema para ocultar os rendimentos gerados pelas práticas criminosas. A investigação é conduzida pelo grupo especializado de repressão a roubos de carga da PF de Campinas e do Gaeco.
PF faz operação contra roubo de cargas, tráfico e homicídios em Campinas e Americana
Locais dos mandados
Campinas (SP)
Americana (SP)
Guarujá (SP)
Votorantim (SP)
São Paulo (SP)
Carapicuíba (SP)
Valparaíso (SP)
Praia Grande (SP)
Carmo do Paranaíba (MG)
Patos de Minas (MG)
Aracaju (SE)
São Cristóvão (SE)
Itabaiana (SE)
Paulo Afonso (BA)
São Lourenço da Mata (PE)
Arapiraca (AL)
Polícia Federal cumpre mandados em operação contra crimes violentos e lavagem de dinheiro
Divulgação/Polícia Federal
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