Reforma Tributária: O imposto é nosso, a piada é deles

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Imagine a cena: dois brasileiros caminham apressados, um deles com o celular na mão, o outro com a testa franzida. O primeiro pergunta, indignado: “Como ficou a reforma tributária?”. Sem hesitar, o amigo responde, com aquele ar de sabedoria popular: “Como sempre, eles cobram, nós pagamos.” Pronto, uma frase que resume toda a filosofia tributária do país com a precisão de um cirurgião e a leveza de uma marreta.

Pois bem, nesta quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, o Congresso Nacional finalmente aprovou a tão aguardada reforma tributária, algo que vinha sendo discutido há mais tempo do que o Brasil tem de Copa do Mundo. A principal promessa é simplificar a vida do contribuinte e, quem sabe, deixar os boletos menos assustadores. Cinco impostos foram unificados em um só, chamado IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que é como juntar todos os vilões do sistema tributário em um “megazord” fiscal. A ideia é facilitar o entendimento, mas, como diria o brasileiro desconfiado, “simplificar não significa pagar menos”.

Entre as boas notícias, a reforma trouxe isenção de impostos para a cesta básica, garantindo que arroz, feijão e o cafezinho não pesem tanto no bolso. Além disso, medicamentos terão uma carga tributária reduzida, o que é um alívio para quem já tomava remédio para a dor de cabeça causada pelos impostos anteriores. E tem mais: o cashback para famílias de baixa renda promete devolver parte do que foi pago em contas de luz, água e telefone, como um programa de milhas, só que com o governo.

Porém, nem tudo é motivo para estourar a champanhe (que, aliás, será tributada pelo “imposto do pecado”). Bebidas açucaradas e outros produtos considerados prejudiciais à saúde terão taxação extra. Ou seja, aquele refrigerante gelado no fim do dia pode custar mais caro. A boa notícia? Pelo menos a sua dieta vai agradecer.

No final das contas, a reforma tributária promete simplificar o sistema, mas o brasileiro, sempre esperto, segue com um pé atrás. Afinal, como dizia o sábio da cena inicial: eles cobram, nós pagamos. A esperança é que, desta vez, a conta venha com menos sustos e mais transparência. Enquanto isso, seguimos na luta: pagando impostos e fazendo piada para não chorar.

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