Ossadas achadas em casa de empresário do setor funerário em SC seriam de dois irmãos, diz MP

As ossadas humanas encontradas no forro da casa de um empresário do setor funerário de Chapecó, Oeste de SC, podem ser de dois irmãos. É o que aponta a investigação após denúncia do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).

Operação Cortejo denunciou empresários do setor funerário em Chapecó

Uma ossada humana foi encontrada no forro da casa de um dos presos na Operação Cortejo. – Foto: Gaeco/Divulgação/ND

Empresários do setor funerário são denunciados

Dez pessoas foram denunciadas por extorsão durante a Operação Cortejo. Os envolvidos representam seis das sete funerárias existentes no município.

A denúncia foi realizada pelo MPSC, resultado da operação que foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) no dia 27 de novembro.

O Promotor de Justiça Alessandro Rodrigo Argenta, responsável pela denúncia, explica que a investigação teve início após um empresário do ramo funerário – que atua em uma cidade da região, mas que estava instalando uma unidade do seu empreendimento em Chapecó – procurar o MP para relatar que estava sendo alvo de ameaças.

O objetivo era tentar impedir ou dissuadir o empresário de abrir o novo estabelecimento na cidade.

Segundo o MP, foi possível identificar a união de representantes de, ao menos, seis das sete funerárias instaladas em Chapecó para a prática de ações violentas ou com grave ameaça à pessoa.

Gaeco deflagrou Operação Cortejo

Operação Cortejo foi deflagrada em Chapecó. – Foto: Gaeco/Divulgação/ND

“A decisão pelo oferecimento de uma primeira denúncia, notadamente pelo crime de extorsão, decorre da circunstância de haver duas pessoas presas durante a operação e, para não prorrogar indevidamente o tempo do cárcere, o Ministério Público ofereceu essa primeira acusação formal envolvendo as condutas praticadas com violência e/ou grave ameaça”, ressalta o Promotor.

As investigações continuam por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Chapecó, pois há elementos que indicam a prática de cartel pelas funerárias de Chapecó.

Sobre as ossadas encontradas

Tramita também na 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Chapecó a investigação que busca identificar duas ossadas localizadas com um dos investigados, alvo das buscas.

O Ministério Público explica que as ossadas foram localizada no forro da casa e estariam no local há cerca de dois anos. Ainda, os restos mortais seriam de dois irmãos.

A empresa investigada teria sido contratada pela viúva de um dos mortos para reformar o túmulo e arrumar os ossos a fim de que houvesse lugar para ela ser sepultada no mesmo local quando viesse a falecer.

No entanto, depois de realizado os serviços do novo túmulo em 2020, as ossadas não foram devolvidas ao local. Para esclarecer, será solicitado à Justiça o exame de DNA para confirmar a informação.

Sobre a Operação Cortejo

A Operação Cortejo, realizada pelo Gaeco nos dias 27 e 28 de novembro, cumpriu dois mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão, resultando em duas prisões em flagrante.

A investigação apura crimes de extorsão, organização criminosa e violações à ordem econômica no setor funerário de Chapecó.

Durante as buscas, um empresário foi preso por porte ilegal de armas de uso restrito, e outro, após a descoberta de restos mortais humanos no forro de sua residência, cuja origem está sendo investigada.

Gaeco

Operação Cortejo apontam práticas graves, como extorsão com uso de armas de fogo, formação de organização criminosa e tentativa de controlar o mercado funerário por meio de monopólios. – Foto: Gaeco/Divulgação/ND

A operação também revelou práticas abusivas de empresários para controlar o mercado funerário, incluindo extorsão com uso de armas e eliminação da concorrência.

As ações visam garantir um mercado funerário ético, acessível e transparente, assegurando serviços dignos às famílias enlutadas. A investigação segue em sigilo e novas informações serão divulgadas oportunamente.

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