Nível de reservas de dólar do Brasil está adequado, diz IFI

JÚLIA MOURA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Instituição Fiscal Independente, do Senado Federal, considera adequado o atual nível de reservas internacionais do Brasil, apesar da piora no quadro econômico. Segundo o órgão, os US$ 372 bilhões tidos pelo país em setembros não estão nem acima, nem abaixo do ideal, do ponto de vista preventivo, de modo a minimizar os riscos externos aos quais os países estão expostos.

Tais indicadores são utilizados em conjunto para avaliar a situação de um país, já que não há uma métrica consensual de uso internacional para qualificar os níveis das reservas internacionais.

Entre os indicadores mais importantes para a avaliação, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), estão o balanço de pagamentos, a dívida externa, a alta na taxa de câmbio e a volatilidade do fluxo de capital.

Considerando estes aspectos, as atuais reservas do Brasil estão com magnitude suficiente para garantir 12 meses de importação; com capacidades 70% maior que a necessária para garantir o pagamento da dívida externa de curto prazo; e 10% aquém da necessária para fazer frente ao risco de fuga de capitais por iniciativa de brasileiros, aponta relatório elaborado pelo economista do IFI, Alessandro Casalecchi.

O FMI tem um indicador próprio que inclui esses riscos e considera adequadas as reservas que representem entre 100% e 150% desses requisitos. Atualmente Brasil está com 140%. Em junho de 2019, estava a 159,6%.

“O país alcançou os 100% já desde o início de 2007, enquanto os 150% foram alcançados no fim de 2011. Ocorre que esse ano foi o último do período em que se deu o expressivo acúmulo de reservas. O país quase nunca chegou a se distanciar dos 150% nos anos seguintes”, diz relatório anterior do IFI.

Mesmo com a queda nominal das reservas entre 2019 e 2023, elas seguiram adequadas, dada a queda no PIB (Produto Interno Bruto), principalmente em decorrência da pandemia Covid-19.

O IFI também faz uma comparação mais detalhada com seu primeiro estudo, de 2017, que aponta queda no queda no estoque de reservas, mas alta nos indicadores de nível adequado.

“Tal fato significa que, em 2024, as reservas internacionais estão mais próximas de seu nível adequado do que estavam em 2017”, conclui Casalecchi.

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