USP diz ter ‘fortes indícios’ contra professor suspeito de assédio; novas denúncias chegam

BRUNO LUCCA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) afirma ter encontrado fortes indícios de materialidade nas denúncias apresentadas contra o professor Alysson Leandro Barbate Mascaro.

O docente é suspeito de ter assediado e abusado sexualmente de alunos. Ele foi afastado de seu cargo enquanto durar a apuração interna do caso, que deve ter resultado em menos de 30 dias.

Segundo a gestão da unidade, já “há fortes indícios de materialidade dos fatos e que estes envolvem possível enquadramento típico de assédio sexual vertical” -ou seja, quando o crime é cometido por um superior hierárquico.

Para os advogados de Mascaro, Fabiana Marques e Victor Ferreira, “todos os supostos relatos contra o professor surgem em um contexto no qual diversos perfis fakes de Instagram são criados para propagar calúnias, inverdades e estimular intrigas”.

Sobre o afastamento, a defesa diz que decisão foi proferida sem que o professor pudesse exercer o direito de defesa.

Alysson Mascaro é advogado e professor associado da Faculdade de Direito desde 2006. Dez alunos ou ex-alunos o acusaram de assédio e abuso sexual. Os relatos foram publicados pelo site Intercept Brasil em 3 de dezembro.

Os supostos casos teriam ocorrido entre 2006 e o início de 2024. Conforme os relatos, as abordagens do professor tinham um padrão: ele se aproveitava da posição de autoridade como docente, além de argumentar ter influência e amizade com pessoas em altos cargos do Judiciário.

Após as histórias surgirem, o Centro Acadêmico XI de Agosto, órgão representativo dos estudantes da Faculdade de Direito, passou a receber novas queixas contra Mascaro e está estimulando as possíveis vítimas a encaminharem seus relatos ao grupo responsável pela investigação.

Antes mesmo do texto do Intercept, em 30 de novembro, o docente publicou uma nota pública nas redes sociais em que dizia estar sendo “vítima de crime cibernético, sofrendo um processo de perseguição por pessoas que, se escudando no aparente anonimato no ambiente virtual desde meados de 2023, vêm buscando atacá-lo em sua honra”.

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