Sindicato denuncia atraso do Estado no repasse de complementos do piso da enfermagem

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Criciúma e região (Sindisaúde), Cléber Cândido, manifestou preocupação com o atraso no repasse dos valores destinados ao cumprimento do piso nacional da enfermagem por parte do Governo do Estado de Santa Catarina. Segundo Cândido, a situação tem impactado diretamente hospitais e instituições filantrópicas da região.

“O complemento definido na Lei de 2022 estabelece que o Governo Federal repasse os valores necessários aos estados e municípios para garantir o piso da enfermagem. No entanto, o Estado de Santa Catarina tem atrasado esses repasses, apesar de receber mensalmente uma planilha com os nomes de cada funcionário contemplado”, explicou o presidente.

Cândido destacou que a situação, que antes era um problema em alguns municípios, foi solucionada. Atualmente, o atraso ocorre apenas no nível estadual. “O município, que já enfrentou dificuldades anteriormente, agora está em dia. Já o Estado se comprometeu a regularizar e evitar atrasos, mas voltou a falhar. O dinheiro referente ao período desde o final de novembro ainda não foi repassado, e já estamos em 16 de dezembro”, ressaltou.

Os atrasos representam um impacto significativo para hospitais da região, como os funcionários do Hospital São José, que aguardam um repasse de aproximadamente R$ 600 mil. Somente na região de Criciúma, os valores acumulados ultrapassam R$ 3 milhões. O montante é essencial para complementar os salários dos profissionais e garantir que o piso nacional seja cumprido.

“É um valor substancial, que tem impacto direto no funcionamento das instituições. A lei já foi definida, e o complemento salarial para atingir o piso nacional é um direito garantido. Ainda assim, estamos enfrentando esses atrasos inexplicáveis”, afirmou Cândido.

Diante do impasse, o Sindisaúde notificou formalmente o Governo do Estado, mas ainda não recebeu respostas concretas. “Estamos avaliando todas as possibilidades de pressão e já notificamos o governo. Caso os repasses não sejam regularizados, não descartamos a possibilidade de paralisações nos serviços”, alertou o presidente.

Cândido recordou que situações semelhantes já levaram à suspensão de atividades no passado, com decisões judiciais reafirmando que a responsabilidade não é das instituições hospitalares.

Como parte das ações, o sindicato está mobilizando os profissionais da área e a população para pressionar o governo. “Vamos encher a caixa de e-mails e as redes sociais do governo. O dinheiro está no caixa, não sabemos o motivo do atraso. Precisamos agir juntos para garantir que esse direito seja respeitado”, concluiu Cândido, em entrevista à Rádio Cidade em Dia.

 

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