Policiais militares e civis são suspeitos de extorsão a ambulantes no Brás, aponta Promotoria

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FRANCISCO LIMA NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Policiais militares e civis são suspeitos de integrarem um esquema de extorsão contra ambulantes que atuam na região do Brás, conhecida pelo comércio popular. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e a Corregedoria da Polícia Militar e da Polícia Civil fazem operação nesta segunda-feira (16) para desarticular o grupo criminoso.

Batizada de Aurora, a operação cumpre 15 mandados de prisão preventiva, incluindo seis PMs, e 20 de busca e apreensão, atingindo cinco pessoas jurídicas e 15 físicas. Oito empresas e 21 pessoas tiveram sigilos bancário e fiscal quebrados.

A investigação começou após o Gaeco receber da Corregedoria da PM ofício informando que agentes da segurança pública vinham exigindo e recebendo pagamentos periódicos para permitir a atividade das vítimas na região, conhecida pelo comércio popular.

“Segundo o apurado, vários vendedores são imigrantes de países da América do Sul e não possuem acesso a linhas de crédito, se vendo obrigados a procurar agiotas para obter dinheiro e repassar aos criminosos. Esses agiotas usavam dos serviços dos mesmos policiais militares para cobrar, de forma violenta, os inadimplentes”, afirmou a Promotoria.

Uma das testemunhas protegidas ouvidas pelo Gaeco relatou que trabalha nas imediações da rua Tiers há seis anos e, recentemente, um grupo de pessoas passou a exigir o pagamento de luvas no valor de R$ 15 mil por ano e mais R$ 300 por semana para autorizar sua permanência na região.

De acordo com a Promotoria, a apuração apontou ainda que uma escrivã da Polícia Civil, que é ou já foi companheira de um sargento da PM, foi flagrada com outras pessoas extorquindo e intimidando comerciantes e mostrando vínculos profundos com a organização criminosa que atua naquela região.

Entre os demais alvos da operação, estão policiais tanto da ativa quanto reformados.

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