Netanyahu e a questão do novo CEP palestino: Fugindo de Gaza, mas para onde?

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Era uma vez uma coletiva de imprensa onde, com as mãos firmemente na cintura, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarava com convicção: “Já demos a opção deles irem para outro lugar…”. Um jornalista, com um olhar confuso e aquele famoso nervosismo de quem está prestes a fazer uma pergunta incômoda, retruca: “Para onde?”. A resposta do líder israelense? “Qualquer outro lugar que não seja o que estamos querendo!”

Essa cena, embora ilustrativa, representa bem o dilema atual na região de Gaza, onde a violência entre Israel e o grupo palestino Hamas atingiu novos picos em 2023 e 2024. Em meio aos ataques, bombardeios e negociações fracassadas, Netanyahu deu algumas declarações polêmicas sobre a situação dos palestinos em Gaza. Como se fossem para os palestinos “procurarem outro lugar para ir”, mas o problema, como bem questionado pelo repórter da nossa cena imaginária, é: “Para onde?”

Gaza é uma pequena faixa de terra de apenas 41 km de comprimento e 12 km de largura, lar de mais de 2 milhões de palestinos. Com os conflitos frequentes e bloqueios que Israel mantém sobre o território, as saídas são limitadas. A Franja de Gaza se tornou um verdadeiro “engarrafamento humanitário”, sem saídas fáceis, seja por terra, mar ou ar.

A guerra continua, e as populações civis de ambos os lados vivem com medo do que pode acontecer a seguir. Para os palestinos, a pergunta continua sendo: se não em Gaza, onde? E para Netanyahu, aparentemente, qualquer lugar serve – desde que seja longe o suficiente para não complicar mais as estratégias militares e políticas de Israel.

Por enquanto, parece que as únicas viagens possíveis são as da imaginação, como a do nosso jornalista fictício, que continua tentando entender para onde, afinal, Netanyahu sugere que os palestinos poderiam ir.

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