China anuncia mais estímulo fiscal para 2025, com déficit maior

xi jinping

NELSON DE SÁ
PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS)

A China divulgou que implementará uma política fiscal mais proativa em 2025, aumentando a taxa de déficit orçamentário, além de reduzir os juros e a exigência de reserva dos bancos. O objetivo é estimular a atividade econômica. Estes foram alguns dos principais anúncios da Conferência Central de Trabalho Econômico do Partido Comunista, que tomou os últimos dois dias, em Pequim.

Segundo o relato na rede CCTV, o país está prestes a atingir a meta de crescimento para 2024, de cerca de 5%. Entre outras prioridades anunciadas, continuará a estabilizar o mercado imobiliário e de ações, emitirá títulos soberanos ultra longos e aumentará “vigorosamente” o consumo, expandindo a demanda interna “em todas as direções”.

A reunião foi precedida por outras duas na capital chinesa, voltadas à economia. Na terça (10), o líder Xi Jinping recebeu os líderes de dez organizações internacionais e afirmou, adiantando parte do que saiu agora da comissão, que “a China tem total confiança em alcançar a meta de crescimento deste ano [cerca de 5%] e continuar a representar seu papel de maior motor de crescimento econômico mundial”.

Xi prometeu ampliar a abertura da economia chinesa, alinhar suas regras econômicas e comerciais aos mais altos padrões internacionais e “construir um ambiente de negócios orientado ao mercado, baseado em leis e internacionalizado, para dar mais oportunidades e compartilhar mais dividendos com outros países”.

Acrescentou que a China está disposta a dialogar e administrar as diferenças com o governo americano. “Guerras tarifárias, guerras comerciais e guerras de ciência e tecnologia são contrárias à tendência histórica e às leis da economia, e não haverá vencedores”, afirmou.

Nos EUA, no último fim de semana, o presidente eleito, Donald Trump, afirmou à rede NBC que falou recentemente com Xi, sem detalhar. E a rede CBS noticiou que ele teria convidado semanas atrás o líder chinês para a sua posse, no próximo dia 20, em Washington.

No encontro no Grande Salão do Povo, no centro da capital chinesa, falaram também, em nome dos demais, Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Peng Anjie, presidente do Banco Mundial, e Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-gerente da Organização Mundial do Comércio.

Na segunda (9), uma reunião do Politburo, principal órgão político do Comitê Central do PCC, comandada por Xi, anunciou que serão adotadas “uma política fiscal mais pró-ativa e uma política monetária moderadamente flexível, juntamente com o reforço de ajustes anticíclicos não convencionais e a expansão do consumo interno em todas as frentes”.

A agência oficial Xinhua, ao divulgar o resultado do encontro, sublinhou que é a primeira desde 2011 que a orientação da política monetária passa de “prudente” para “moderamente flexível”.

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