Policial preso por passar informações sobre Lula será processado, diz chefe da PF

Andrei Rodrigues, Diretor-geral da PF, afirmou que policial envolvido na trama golpista não era da equipe que protegia Lula diretamenteAgência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (4) que o policial preso por envolvimento na trama golpista para impedir a posse de Lula não fazia parte de sua equipe, que cuidava da segurança do presidente eleito em 2022. Ele também disse que o agente vai responder a um processo disciplinar na corporação.

Andrei Rodrigues foi o responsável pela segurança pessoal do petista no período eleitoral e durante a transição. Para ele, este episódio foi o único de infiltração identificado na corporação. 

Questionado por jornalistas sobre as suspeitas de infiltração na corporação, Rodrigues explicou que o policial Wladimir Matos Soares, preso na última semana, não atuou diretamente na segurança do atual presidente em 2022. 

A PF aponta que o agente vazou informações sensíveis sobre segurança de Lula na época da transição e que teria se colocado à disposição para um eventual golpe. Wladimir Matos Soares, de 53 anos, é apontado como peça-chave no plano golpista.

Atuação do policial

Segundo Rodrigues, o policial em questão havia sido designado para atuar na segurança de prédios onde estavam outros chefes de Estado que vieram acompanhar a cerimônia de posse em 2022. “Nessa condição ele [Wladimir Matos Soares] circulava em vários locais e um dos locais que ele circulou foi o prédio onde estava o presidente Lula, o presidente eleito, e aí passou as informações pro pessoal da Abin”, contou. 

Além do processo criminal, Wladimir Soares responderá também a um procedimento disciplinar interno na corporação. Este tipo de procedimento pode levar à sua eventual expulsão.

Papel do agente na trama golpista

Segundo o relatório da PF, Soares fazia parte de um grupo que arquitetava o chamado ‘Plano Punhal Verde Amarelo’, esquema que incluía ações para neutralizar autoridades e impedir a posse de Lula.

A Polícia Federal afirma que Soares repassou informações sensíveis, incluindo detalhes sobre os responsáveis pela segurança de Lula. Em uma mensagem interceptada, ele compartilhou dados do delegado Cleiber Malta Lopes, coordenador da posse presidencial, acompanhado do comentário: “Petista e baba ovo do Alckmin”.

Em áudios analisados pela PF, o agente detalhou ações e estratégias em andamento, incluindo o posicionamento do COT (Comando de Operações Táticas) perto do Hotel Meliá, em Brasília, além de outros dados sigilosos. A investigação concluiu que essas informações poderiam ser usadas em ataques ao presidente e sua equipe.

Um áudio enviado por Soares a Sérgio Cordeiro, assessor de Jair Bolsonaro (PL), revelou detalhes importantes sobre a atuação da equipe de segurança. Ele informou que, devido à tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em 12 de dezembro, uma equipe do COT foi mobilizada para proteger Lula.

No áudio, o agente detalha: Eles acionaram a equipe do COT. E uma equipe do COT, como o Lula estaria ali no prédio, né, do Meliá, uma equipe do COT ficou à disposição, próxima. Então, eles hospedaram essa equipe do COT aqui no Windsor.

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