Veja cronologia das últimas horas antes do desaparecimento do fotógrafo brasileiro em Paris

brasileiro frança

ANDRÉ FONTENELLE
PARIS, None (FOLHAPRESS)

O paradeiro do brasileiro Flávio Castro de Sousa, 36, é desconhecido desde a tarde do último dia 26. Ele estava em Paris desde o dia 1º de novembro, a passeio e para fotografar um casamento de conhecidos brasileiros. Seu celular foi encontrado em um bistrô perto do local onde, na véspera, tinha caído no rio Sena.

O francês Alex Gautier, estudante de moda, foi a última pessoa que se sabe ter falado com Sousa, pelo celular, na noite de terça. O voo de Sousa de volta ao Brasil estava previsto para a tarde do dia 26, mas às 8h38, conta Gautier, o brasileiro avisou que estava no hospital Georges Pompidou, próximo das margens do Sena e da Torre Eiffel.

Explicou que tinha caído no rio durante um passeio na Île aux Cygnes (Ilha dos Cisnes). A pequena ilha fluvial é um conhecido ponto romântico na capital francesa. Sousa explicou que tinha sido salvo pelos bombeiros depois de “quase três horas” na água. “Os bombeiros disseram que tive sorte de ainda estar vivo”, escreveu. Nesse dia, a mínima em Paris foi de 8°C.

Às 12h52, Sousa avisou que estava na agência imobiliária Checkmyguest para prorrogar a estadia no apartamento. Queixou-se de ter perdido o voo, marcado para meio-dia, e disse que ia tentar remarcá-lo.

Na agência, teriam emprestado a ele roupas secas. Gautier ofereceu ajuda, mas o brasileiro respondeu que não havia necessidade.

A última mensagem de Sousa teria sido às 14h23, avisando que tinha almoçado, que estava exausto e que ia tentar dormir.

Veja uma cronologia do caso e perguntas ainda sem resposta:

CRONOLOGIA DO CASO

– 1 nov.: Flávio Castro de Sousa chega à França, junto com Lucien Esteban, seu sócio em uma empresa de fotografia de eventos
– 8 nov.: Esteban retorna ao Brasil e Sousa continua na França
– 25 nov., por volta das 20h: No bairro de Châtelet, Sousa se despede do amigo francês Alex Gautier, que conhecera no Instagram dias antes
– 26 nov., às 8h40: Pelo WhatsApp, Sousa avisa Gautier que está no hospital Georges Pompidou, porque caiu no Sena, na altura da Île aux Cygnes, e foi resgatado pelos bombeiros
– 26 nov., às 12h: Horário do voo da Latam em que Sousa voltaria ao Brasil
– 26 nov., às 12h52: Sousa envia a Gautier foto da agência imobiliária, onde foi para prorrogar a estadia no apartamento alugado
– 26 nov., às 14h01: Sousa envia foto das roupas, aparentemente inutilizadas pela água. Avisa que a agência emprestou roupas e carregador de celular
– 26 nov., às 14h23: Sousa avisa a Gautier que vai dormir. Depois disso, não responde mais às mensagens
– 27 nov., pela manhã: Faxineira vai ao apartamento de Sousa e encontra apenas as malas prontas e itens de higiene pessoal
– 27 nov., por volta das 18h: Gautier vai ao apartamento de Sousa, alarmado com a falta de resposta às mensagens, mas ninguém atende a porta
– 27 nov., por volta das 19h: Entra em contato com a agência. Esta informa ter ligado para o celular de Sousa, atendido em um bistrô próximo ao local da queda no rio

PERGUNTAS SEM RESPOSTA

– Sousa disse ao amigo ter passado três horas dentro do rio. Como sobreviveu à baixa temperatura da água?
– Se Sousa caiu no rio Sena, como seu celular continuou a funcionar depois do resgate?
– O que Sousa fez após as 14h23 do dia 26 de novembro?
– Quem deixou o celular e o passaporte no vaso de plantas no bistrô?
– Por que o celular foi encontrado quase em frente ao trecho do rio onde Sousa havia caído na véspera?

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