Rios da Amazônia e Pantanal mostram sinais de recuperação após seca histórica

Após a pior seca já registrada na história, boas notícias começam a surgir nas bacias hidrográficas do Pantanal e da Amazônia. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) aponta que os níveis dos rios, que enfrentaram mínimas históricas, estão se recuperando gradualmente. As bacias do Madeira (em Roraima) e Paraguai (em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) já superaram a classificação de seca, dando alívio para as regiões mais afetadas.

Na última terça-feira (26), o Rio Madeira, em Porto Velho (RO), ultrapassou os 4 metros, enquanto o Rio Paraguai, na estação de Ladário (MS), atingiu 17 cm. Embora os níveis ainda não tenham retornado ao normal, a tendência é que eles sigam subindo nos próximos dias. Os dados sobre as cotas estão disponíveis em tempo real na plataforma SACE e nos boletins semanais de monitoramento hidrológico do SGB.

É importante lembrar que a medição das cotas dos rios leva em conta a história e as particularidades de cada região, e por isso não segue um padrão único. Em alguns casos, até quando os rios registram cotas negativas, ainda é possível encontrar profundidades significativas, dependendo da estação.

Em Porto Velho, a recuperação do Rio Madeira foi suficiente para permitir a retomada da navegação noturna, uma prática que estava suspensa desde julho, quando os níveis do rio chegaram a um patamar crítico. Em outubro, a cidade registrou a cota mais baixa da história, com apenas 19 cm, o que levou o SGB a instalar uma nova régua de medição, algo que não ocorria desde 1967.

Para Suassuana, do SGB, o monitoramento constante foi crucial para minimizar os impactos dessa seca extrema. “Nosso trabalho foi muito importante para mobilizar os diversos setores e apresentar previsões para ajudar nas decisões”, destacou, enfatizando o papel da ciência no planejamento e na mitigação dos danos.

A recuperação também é visível em outros trechos da Bacia do Rio Amazonas. Em Manaus (AM), o Rio Negro atingiu 14,23 metros, enquanto o Rio Solimões marcou 2,16 metros em Tabatinga (AM) e 4,96 metros em Manacapuru (AM). Esses dados estão no 49º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado na mesma terça-feira (26).

Artur Matos, coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico do SGB, explicou que, embora os rios ainda estejam abaixo da média histórica, todos estão em processo de recuperação. “Esse processo se dá de montante para jusante, ou seja, das cabeceiras para a foz dos rios. Por esse motivo, regiões mais de cabeceiras já estão com condições melhores”, afirmou, destacando que o processo de recuperação é gradual, mas visível.

O monitoramento do SGB, além de trazer alívio para as regiões afetadas, tem sido fundamental para a tomada de decisões nos mais diversos setores, permitindo uma recuperação mais eficiente e bem acompanhada dos rios da Amazônia e Pantanal.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.