Qual o melhor pêssego em calda do supermercado? Provamos dez marcas

Por Fernanda Meneguetti

Ao longo do ano, achamos que pêssego em calda parou na década de 1980. Mas algo acontece quando se cruza a barreira das festas de fim de ano. É uma tia que ressuscita uma receita de pavê, outra que usa para acompanhar o tender. Aí tem o primo gourmetizado que inventa uma terrine e bota a fruta no meio, o tio que improvisa uma batidinha e, quando menos se espera, ele invadiu as ceias.

Com bons pêssegos em mãos, não só é fácil, como o doce é solução eficaz para a sobremesa. De preferência com creme de leite ou sorvete de creme – como fazia a sua avó.

Pensando nisso, o Paladar reuniu um time de peso no Leila, restaurante dentro da loja Tânia Bulhões no Jardim América, para testar dez marcas encontradas no mercado. A escolha do lugar não foi aleatória: o espaço já respira clima natalino e, por ter uma cozinha franco-mineira, doces confitados fazem parte da expertise do chef (e jurado) Pedro Franco.

Para a tarefa, o anfitrião contou ainda com a banqueteira especializada em festas de fim de ano Martha Bender (do Banqueting Buffet) e com três chefs pâtissiers de envergadura: Pedro Nóbrega (Notiê e Ronin), Rhaiza Zanetti (Tuju) e Saiko Izawa (Hotel Rosewood).

RECEITAS

Em um bom pêssego em calda, as frutas precisam ser descascadas cuidadosamente para não estragar nem desperdiçar a polpa. A mesma cautela vale na hora de retirar os caroços. Depois, é só mergulhar a fruta numa calda de água e açúcar, feita em fogo baixo, deixar ferver e guardar em vidros limpos e secos.

Claro que “na calda vale juntar especiarias”, lembra Rhaiza, que, em sua versão, acrescenta notas de lavanda ou de laranja. Já Pedro Nóbrega gosta de adicionar apenas baunilha na calda, que, aliás, deve ser translúcida e líquida.

Saiko Izawa destaca a importância de “manter a mordida de fruta, o gosto e o perfume dela. E tem de ser bonito para ir à mesa”, pondera.

OS VENCEDORES

1º Qualitá

De acordo com o júri, os pontos altos da marca vencedora foram o aspecto visual, a textura e o equilíbrio de dulçor.

(Líquido, 830 g; drenado, 450 g; R$ 21; Pão de Açúcar)

2º Mamma Bia

Vindos da Grécia, agradaram por não serem tão grandes e permitirem uma cocção mais uniforme e bem executada. Foi o produto que mais ressaltou o sabor de pêssego.

(Líquido, 660 g; drenado, 400 g; R$ 36,98, Mambo)

3º La Pastina

Esteticamente foi o mais apreciado e o teor de açúcar não desapontou. Um retrogosto que não remetia à fruta foi o ponto negativo.

(Líquido, 680 g; drenado,

410 g; R$ 41,98; Mambo)

Outras marcas avaliada

Carmen

Pêssegos com caroço conferem um aspecto mais rústico. Embora não estivesse nos ingredientes, jurados cogitaram aroma de baunilha e observaram pouca calda, de consistência viscosa.

(Líquido, 700 g; drenado, 500 g; R$ 42,90; Empório Fasano)

Delphi

Apesar de boa textura e brilho, não havia padrão no tamanho das frutas e o sabor de ácido cítrico desagradou.

(Líquido, 680 g; drenado, 400 g; R$ 38,49; Pão de Açúcar)

Doces David

A coloração escura indica pêssegos muito cozidos e maduros, o que prejudica a percepção de textura e sabor do ingrediente.

(Líquido, 670 g; drenado, 400 g; R$ 39,50; Casa Santa Luzia)

Neumann

Mais moles e adocicados do que o júri considera ideal, os pêssegos tinham tamanho uniforme. No entanto, foi sentido aroma artificial, ainda que não houvesse indicação no rótulo.

(Líquido, 850 g; drenado, 450; R$ 27,50; Casa Santa Luzia)

Oderich

A textura firme e a aparência fizeram sucesso. Porém, a falta de padrão e de sabor desagradou ao júri.

(Líquido, 600 g; drenado, 400 g; R$ 16,30; Casa Santa Luzia)

Schramm

O sabor é tão suave que passa despercebido e o fato de os cortes serem muito desiguais impactou

a avaliação.

(Líquido, 830 g; drenado, 450 g; R$ 12,99, Mambo)

Silvia

Direto de Mendoza, na Argentina, sem adição de conservantes e com bom dulçor, o produto agradou. Contudo, pedaços molengas prejudicaram o desempenho na avaliação do júri.

(Líquido, 820 g; drenado, 485 g; R$ 28,98, Mambo)

Estadão Conteúdo