É próxima de zero a chance de Ronaldo Fenômeno assumir o comando da CBF

ronaldo e guardiola

Para quem espera mudanças nos rumos da CBF e da própria Seleção Brasileira, uma notícia publicada esses dias pelo jornal espanhol ‘Sport’, de Barcelona, poderia causar um grande impacto: Ronaldo Nazário, o Fenômeno, está querendo disputar a presidência da entidade contra Ednaldo Rodrigues.

A matéria diz que “o Fenômeno, desde a época como jogador de futebol, foi construindo uma rede de contatos na elite empresarial, social, política e até nas altas esferas judiciais, que agora irá ativar, juntamente com seu carisma e legado como um dos melhores jogadores de futebol da história, para divulgar sua candidatura à presidência da CBF”.

O jornal citou ainda o interesse de Ronaldo, caso seja eleito, em contratar para comandar a seleção o técnico Pep Guardiola, cujo vínculo com o Manchester City terminará ano que vem.

Recentemente, em Assembleia Geral Extraordinária foi aprovada uma alteração no estatuto para permitir um terceiro mandato ao presidente da CBF. O regulamento anterior previa apenas uma reeleição, para dois mandatos, e agora serão até duas reconduções. O ato já beneficia o atual mandatário, Ednaldo Rodrigues. Em tese, ele poderá ficar no cargo até 2034.

A mudança foi estendida também para as federações estaduais e aprovada por unanimidade pelos 27 presidentes presentes na Assembleia. Ednaldo Rodrigues, ex-chefe da Federação da Bahia, foi eleito presidente da CBF em 23 de março de 2022, para um mandato de quatro anos, até março de 2026. Só que ele já ocupava o cargo desde setembro de 2021, quando finalizou o ciclo anterior, de Rogério Caboclo, afastado após denúncias de assédios moral e sexual.

Ainda é preciso dizer que, pelo modelo atual, tudo leva a crer que a CBF está fadada ao fracasso, e deve continuar sendo administrada pelos mesmos cartolas de sempre. Podemos assegurar que é uma bolha intransponível.

O Colégio Eleitoral que escolhe o homem mais importante do futebol brasileiro é composto pelos presidentes das Federações Estaduais, que têm “peso 3”; os 20 clubes da Série A, que têm “peso 2”; e os 20 clubes da Série B, que têm “peso 1”.

Para entender melhor: as 27 Federações, juntas, somam 81 votos. Os 40  times das séries A e B, juntos, somam 60 votos. Ou seja, quem vai decidir o jogo em qualquer pleito eleitoral  da CBF serão sempre os presidentes das federações.

Em resumo, um nome forte e famoso, como o de Ronaldo Fenômeno, teria “chance zero” de assumir o comando da CBF. Enquanto não mudarem o estatuto, o futebol brasileiro parece condenado a conviver com esse nefasto ciclo vicioso. Para sempre.

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A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (25/11)

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