Bolsonaro e tentativa de golpe: Veja 6 pontos que ligam o ex-presidente ao crime

PF envia inquérito que indiciou Bolsonaro por golpe à PGRRedação GPS

Polícia Federal (PF) reuniu, após dois anos de investigações, uma série de evidências que conectam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a tentativas de impugnar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com indícios de articulações golpistas.

As provas incluem depoimentos de chefes das Forças Armadas sobre a apresentação de um plano golpista, por parte de Bolsonaro, e documentos encontrados com ex-assessores do ex-presidente, que contêm “pegadas” do próprio Bolsonaro.

A seguir, os principais pontos que ligam o ex-presidente à trama golpista.

1. Apresentação de minuta golpista a chefes das Forças Armadas

A PF revelou que, sob orientação de Bolsonaro, oficiais das Forças Armadas e assessores participaram de reuniões para discutir a possibilidade de um golpe de Estado. De acordo com os depoimentos do general Marco Antônio Freire Gomes e do brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, chefes do Exército e da Aeronáutica, o ex-presidente apresentou um documento que sugeria a decretação de Estado de defesa ou de sítio e a realização de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Essas tentativas não foram adiante, uma vez que não obtiveram apoio dos comandantes militares.

2. “Pegadas” de Bolsonaro em minutas golpistas

A PF encontrou documentos indicando a participação de Bolsonaro em minutas de decretos golpistas. Em casa do ex-ministro Anderson Torres, foi descoberta uma minuta de decreto que propunha intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outro documento, também vinculado ao ex-presidente, sugeria a prisão de ministros do STF e do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, além de prever novas eleições. Bolsonaro teve acesso a esses textos e pediu alterações no plano.

3. Monitoramento de Moraes por ex-assessores de Bolsonaro

A investigação apontou que assessores próximos a Bolsonaro, como o general Mário Fernandes e o tenente-coronel Mauro Cid, estavam envolvidos em um monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes. A PF sugere que esse monitoramento tinha como objetivo sequestrar e até assassinar o ministro. Mensagens entre Cid e o coronel Marcelo Câmara, interceptadas pela PF, mostram discussões sobre o paradeiro de Moraes em dezembro de 2022.

4. Uso do Palácio do Planalto para imprimir plano de assassinato

A PF descobriu que o plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, conhecido como “Punhal verde amarelo”, foi impresso no Palácio do Planalto pelo general Mario Fernandes. A investigação também revela que em novembro de 2022, uma reunião envolvendo Bolsonaro e outros membros do governo discutiu esse plano, incluindo a vigilância de Moraes. Registros de entradas no Palácio da Alvorada indicam que o plano continuou a ser desenvolvido após essa reunião.

5. Reunião pré-eleições com teor golpista no Palácio do Planalto

Em julho de 2022, uma reunião no Palácio do Planalto com figuras chave do governo Bolsonaro discutiu ações golpistas antes da eleição. Bolsonaro sugeriu a realização de medidas drásticas, enquanto o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defendeu que seria necessário “virar a mesa” antes das eleições. O general Mário Fernandes também questionou a possibilidade de uma ação semelhante ao golpe militar de 1964, caso o TSE não permitisse a presença de todos os Poderes no acompanhamento das eleições.

6. Questionamento do PL sobre fraudes nas eleições de 2022

A investigação revela que o PL de Bolsonaro esteve envolvido em tentativas de financiar narrativas sobre fraudes nas urnas eletrônicas, com o objetivo de legitimar manifestações contra o resultado das eleições. No ápice dessa estratégia, em 22 de novembro de 2022, a coligação formada pelo PL e outros partidos entrou com uma ação que questionava a validade das urnas e pedia a anulação de votos. A PF também apontou que, após o segundo turno, o comitê de campanha de Bolsonaro foi utilizado por aliados do ex-presidente para apoiar a ideia de uma intervenção militar.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.