Grupo investigado por parcelamento ilegal de terras no Lago Norte usava empresas para ocultar recursos

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) desarticulou um esquema criminoso de parcelamento ilegal do solo na antiga Fazenda Brejo Torto, no Lago Norte. Na última terça-feira (19/11), integrantes do grupo foram alvo de uma operação que revelou a criação de ao menos três empresas para esconder o dinheiro obtido de forma ilícita.

As investigações apontam que o grupo atuava ilegalmente há cerca de 30 anos. O local, inicialmente promovido como Condomínio Tomahawk, foi posteriormente renomeado como Jardins do Lago Norte, com promessas de regularização que nunca se concretizaram.

A propriedade das terras em questão foi tema de debate na CPI da Grilagem, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 1995. Na ocasião, foi identificado o uso de documentos fraudulentos no processo de implantação do Condomínio Tomahawk. O relatório final da CPI apontou que as áreas descritas nos títulos utilizados pelo grupo não correspondiam à região do parcelamento, configurando o que foi chamado de “deslocamento de título”. Além disso, foi constatado que os empreendedores do loteamento nunca tiveram posse legítima da área.

As práticas criminosas envolviam a venda de lotes inexistentes, sob a promessa de que a regularização fundiária seria viabilizada em breve, o que nunca aconteceu. Posteriormente, o grupo alterou o nome do empreendimento para Setor Habitacional Jardins do Lago Norte e chegou a cobrar taxas condominiais de moradores de uma área que, na prática, não existia.