A aventura humana na Terra

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A tensão bélica entre a Rússia e a Ucrânia tem aumentado. Notícias de ontem dão conta de que o Kremlin teria lançado um míssil balístico intercontinental com projéteis capazes de carregar ogivas nucleares.

Eu já ouvi algumas vezes afirmações do tipo: “em pleno século XXI e a gente ainda tem guerra”. Como estamos na fronteira da História, com relativo profundo avanço científico e tecnológico, tendemos a ter a ideia de que estamos no cume do “desenvolvimento”, que vivemos “melhor” do que os nossos antepassados.

É inegável que atingimos bons níveis de conforto e facilidade de vida, se comparados com outras épocas. Vejamos, por exemplo, a comunicação, o transporte, a produção de bens. Mas, os tais avanços também podem ser utilizados para propósitos degradantes, como a guerra.

Seria possível compreendermos esse fenômeno social? O físico Albert Einstein e o psicanalista Sigmund Freud trocaram cartas sobre esse tema no início da década de 1930, período entre as duas grandes guerras. 

Freud diz que o impulso por agressividade faz parte do ser humano, assim como a questão da sexualidade. Ou seja, a violência integra a imperfeição da condição humana. Einstein questiona: é possível inibir o nosso instinto por destruição no processo do desenvolvimento humano? A paz é viável?

Guerra é também um mercado, movimenta o poder, dinheiro, vaidade, ganância, a maldade pura. A manipulação de ressentimentos faz parte do contexto político, no qual nem sempre a vida é direito absoluto, quanto mais a vida com dignidade.

Assim como há relação entre os extremos amor e ódio, o chamado progresso civilizatório também tem proximidade com a própria decadência da vida humana. Possivelmente, nunca fomos tão longe em termos de informação, conhecimento e processos sociais e institucionais, mas também estaríamos mais perto de um fim… em pleno século XXI, muito antes do Sol se apagar, daqui a 5 bilhões de anos.

Bruno Lara, jornalista

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