Distrito Federal tem 105,3 mil empresas administradas por mulheres

Com o objetivo de fortalecer a presença feminina no mundo dos negócios e celebrar a força da mulher empresária, a 2ª edição do Women Development Summit (WDS) ocorreu nesta quinta-feira (21), no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O evento faz parte da programação da Semana Legislativa do Empreendedorismo Feminino, instituída pela Lei Federal 14.667/2023, de autoria da deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania).

Segundo os dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), o DF tem, atualmente, 105,3 mil empresas (CNPJs) administradas por mulheres. O número aumentou comparado ao do ano passado, quando foram registradas 97,8 mil empresas. Além disso, as mulheres lideram 43% dos lares no DF e gerenciam 32% das novas empresas da capital.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de empreendedoras na capital do país é de 35% (10,3% milhões de mulheres), acima da média nacional, de 34,4%. Os números reforçam a importância da capacitação de mulheres para que alcancem independência financeira e também para que contribuam cada vez mais com a economia, principalmente após a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19.

Ao Jornal de Brasília, a deputada Paula Belmonte, que é presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo Feminino na CLDF, explicou que um dos objetivos do evento é proporcionar às empreendedoras a oportunidade de aprender, de estar em contato com outras mulheres e também de estabelecer conexões. A frente parlamentar foi lançada no final de 2023, visando promover debates e difundir informação.

“Sempre acreditei que incentivar e conscientizar sobre o tema é abrir novos horizontes para que as mulheres possam alcançar a tão sonhada liberdade econômica, especialmente, as que sofrem abusos”, comentou à reportagem. Durante a abertura da solenidade, a parlamentar destacou que também há desigualdade no empreendedorismo, e por isso, homens e mulheres devem permanecer unidos para transformar esse cenário.

“Às vezes quando a gente fala de empreendedorismo parece algo distante, mas não podemos ter medo. Com 11 anos comecei a vender brigadeiro e vejo que o empreendedorismo, essa consciência de geração de riqueza, é uma transformação financeira e de espírito. Todas nós somos capazes de transformar a realidade que a gente vivencia”, acrescentou a deputada Paula Belmonte, em seu discurso.

Em sua fala, a diretora técnica do Sebrae-DF, Diná Ferraz elogiou a solenidade: “Falar do empreendedorismo feminino é urgente. A mulher é multifacetada, é mãe, filha, esposa e muitas pautas do Sebrae são voltadas para isso. Temos que ter um olhar sensível, mais pontual. Tenho orgulho de estar aqui hoje, porque isso tem que ser discutido, e a Câmara é um lugar importante para isso porque é aqui que as coisas acontecem”.

A edição deste ano foi promovida pela Câmara de Mulheres Empreendedoras da Fecomércio-DF, pelo Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) e pelo Sebrae-DF. Participaram do WDS empresárias e empresários, líderes de empresa e representantes do Governo do Distrito Federal (GDF). A primeira palestra foi da consultora e empreendedora Rosilda Prates, com o tema “Inteligência artificial e inovação nos negócios”.

Participante do painel, a empreendedora Ana Cristina, moradora do Pôr do Sol, mãe de dois filhos, contou sobre a sua trajetória: “Ao longo dos anos eu já abri 17 negócios, mas quando chegava a obrigação familiar eu desistia, para cuidar dos filhos. Fiz faculdade e no final resolvi cuidar de mulheres, onde consegui me firmar. Temos o Instituto Acolher no Pôr do Sol, e trabalhamos com 940 mulheres transformando vidas através do artesanato”.

Em seguida, houve a palestra da especialista em liderança e cultura organizacional Nilima Bhat, que falou sobre “O capitalismo consciente”. Ela nasceu na Índia e trabalhou como executiva por mais de dez anos em uma empresa multinacional. Atualmente, busca cultuar um modelo de liderança com valores associados ao feminino, como colaboração, empatia e gentileza.

Por último, o escritor e empresário Brunno Falcão falou sobre “Crescimento exponencial”. Também participou do evento Valdeci Machado, presidente da Federação das Associações Comerciais (Faci-DF), Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, Giselle Ferreira, secretária da Mulher do Distrito Federal e Janete Vaz, co-fundadora do Sabin.

“Celebrar a Semana do Empreendedorismo Feminino com um evento desta natureza é fundamental para impulsionar o protagonismo das mulheres nos negócios da nossa capital. Essas iniciativas criam espaços de aprendizado, networking e fortalecimento, e permitem que mais mulheres tenham acesso a políticas e apoio necessário para empreender com sucesso”, comentou o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.

Saiba Mais

Os dados da Fecomércio-DF mostram que as três primeiras atividades econômicas realizadas por mulheres em outubro de 2024, na capital federal, foram a de cabeleireiros, manicure e pedicure (15.833), seguido do comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (14.468) e de promoção de vendas (12.117). Restaurante e similares; lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares e atividades de estética e cuidados com a beleza também estão na lista.

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