PM diz que não tinha dados de inteligência para reação de criminosos à operação no Rio

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ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, tenente-coronel Claudia Moraes, afirmou que a operação no Complexo de Israel na manhã desta quinta-feira (24) foi planejada, mas que a resposta que ocorreu por parte dos criminosos não era esperada.

Durante a ação, três pessoas morreram e outras três ficaram feridas em confronto entre policiais militares e traficantes na comunidade localizada na zona norte do Rio.

Por causa do tiroteio, a avenida Brasil ficou fechada por cerca de duas horas, o que impactou a circulação de trens e linhas de ônibus no horário de maior movimento da via.

“A operação foi previamente organizada. O que os policiais encontraram naquela localidade foi algo que estava além do que normalmente encontrávamos nessa região. A gente não tinha dados de inteligência para essa reação”, afirmou a tenente-coronel Cláudia Moraes, durante entrevista coletiva.

A resistência de criminosos, considerada inesperada pela PM, levou o comando da corporação a recuar e deixar a comunidade.

“O recuo foi por entender que, naquele momento, o mais importante era manter a segurança das pessoas que estavam circulando na via. Não foi porque não tínhamos condições de continuar com a operação.

Mas, considerando o que estava ocorrendo ali, tomamos a decisão estratégica de recuar. Mas isso não quer dizer que a PM esteja fragilizada em relação ao tráfico de drogas ou aos criminosos dessa região”, disse a porta-voz da corporação.

A ação da PM tinha como objetivo coibir roubos de veículos e cargas nas comunidades Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, onde criminosos incendiaram barricadas. Visava ainda combater a expansão territorial de traficantes e reestabelecer sinal de internet e telefone que foram cortados em razão da atuação criminosa.

Uma viatura foi atingida com cerca de 20 tiros. Ônibus também foram alvejados, segundo a tenente-coronel Moraes.

“Os criminosos vêm criando novas estratégias. Nós já vimos indivíduos descendo, parando ônibus, mas criminosos atirarem contra pessoas assim, a gente nunca tinha visto. É uma atuação de nível de terrorismo que leva pânico à população. Isso mostra o grau de complexidade que vamos enfrentar daqui para frente”, afirmou.

Ainda de acordo com a porta-voz, uma das vítimas foi baleada quando um blindado da PM passou na direção de uma entrada do complexo de favelas.

O motorista de aplicativo Paulo Roberto de Souza, 60, já chegou morto ao hospital com um tiro na cabeça. Geneilson Eustaque Ribeiro, 49, foi socorrido e chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu e morreu no início da tarde desta quinta. O passageiro de ônibus Renato Oliveira, 48, baleado na cabeça, também passou por cirurgia, mas acabou morrendo.

Uma mulher de 24 anos foi baleada na coxa e segue estável. Um homem, ferido no antebraço, foi atendido e liberado.

Outro homem foi atingido por disparo no glúteo e ficará em observação. Ele foi preso e segue sob custódia.

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