Oposição tenta se unificar para 2026

Apesar da multiplicidade de partidos, a opinião tende a caminhar unida nas eleições de 2026. O partido maior, reconhecidamente, é o PT, e já tem um bom nome lançado, o do ex-deputado Geraldo Magela, aquele que deu um susto em Roriz em 2002. Só que o partido está longe da união.

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Geraldo MagelaFoto: Diógenes Santos/Ag. Câmara

Quem faz as contas internas do PT parece mais adversário que aliado. Permanece no jogo o ex-distrital Leandro Grass, do PV, que fez um bom papel no pequeno partido, mas se duvida que teria nova chance nas mesmas condições, seja na legenda, seja na performance.

Leandro Grass. Foto: Reprodução

Ainda tem a única majoritária na oposição brasileira, a senadora Leila Barros, mas, ainda que se acredita que ela estará na frente de oposição, dificilmente conseguirá com êxito a cabeça de chapa.

Leila Barros. Reprodução

Será a vez do PSB?

Ricardo Cappelli. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pode ser a vez do PSB. Não há dúvida de que os petistas precisarão ser mais aquinhoados desta vez, mas as divisões ainda pesam contra a cabeça de chapa. O nome que está surgindo é de Ricardo Cappelli, ex-secretário executivo do Ministério da Justiça, que foi interventor em Brasília depois do 8 de janeiro.

Valdir Oliveira. Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília/Cedoc

Outro integrante do PSB citado para o nome é Valdir Oliveira, diretor do Sebrae, mas após o desempenho de Cappelli, Valdir acha que é a vez do antigo interventor mostrar entrosamento com Lula e soube fazer com habilidade a administração no 8 de janeiro, inclusive com diálogo com as forças de segurança.

Na verdade, acredita Valdir Oliveira, que o que se está discutindo é o governador de Lula, e Cappelli esta mostrando talento para isso.

Um novo tipo de confronto político

Após a tentativa original de golpe, após o 8 de janeiro e agora após uma organização que visava até envenenar autoridades, Valdir Oliveira está convencido de que a eleição partirá novamente para um confronto. Está cada um indo para o seu lado, para o debate.

Será preciso uma composição ampla enfrentando um movimento fratricida. Vai-se além do 8 de janeiro, de democratas e golpistas. Resta, diz Valdir, somar o máximo possível de democratas. Ele cita, por exemplo, o PSD, presidido em Brasília por Paulo Octávio, que tem mostrado disposição para o diálogo.

Mesmo do outro lado, há personagens que não são necessariamente golpistas, mas que adotam estratégias de oposição forte para ocuparem espaços próprios, como vários dos governadores.

Não é de hoje

A tentativa de união das esquerdas não é de hoje. Nunca houve menos de seis candidatos a governador no Distrito Federal, em geral, bem mais. Na última eleição mesmo, houve dois candidatos principais à esquerda, Leila do PDT, e Grass da coligação PT, PV e PcdoB, sem contar uma multiplicidade de micropartidos esquerdoides, sem que isso atrapalhasse o governador Ibaneis, primeiro a ser reeleito em primeiro turno.

Resta ver é se os conservadores e moderados preservarão sua união. Ibaneis mesmo competiu com Paulo Octávio, Izalci Lucas, um certo coronel Moreno e mais um ou dois, o que não impediu sua vitória, graças à união. Resta ver se desta vez acontece o mesmo.

Várias direitas

Um pressuposto do postulado da esquerda é que a direita se radicalizou de vez, contaminando consigo a centro-direita. Dados os resultados das últimas eleições, não se pode dar esse postulado como certeza.

Estão aí Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior a brigar pelo espaço. Pode mesmo ser que a radicalização funcione. Mas mesmo assim há outras variáveis a considerar. Muita gente dá como certo que a candidata do forte Ibaneis será a vice Celina Leão, aliás ela mesma éportadora de força própria. E muita força.

Mas há outros cargos a preencher, entre eles um de senadora que parece tender firme para Michelle Bolsonaro. Perguntando por acaso, existirão muitos outros símbolos tão claros de radicalização. E Michelle parece o mais próximo de Celina, quando seria possível.

Damares Alves. Foto: Fabrice COFFRINI / AFP

Ainda por cima com a deputada Bia Kicis, tão próxima das duas que existe até um distritalzinho barbudo certo de que ocupará a vaga de deputada federal de Bia. Se esse jogo for feito, estarão sobrando cartas para todo lado, desde o fortíssimo Ibaneis até a esperta Damares, que de boba não tem nada.

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Bia Kicis. Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

Traduzindo: a aposta da esquerda pode se esvair nesse jogo. Dar equações como certas é um jogo que não funciona.

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