Novembro Negro: celebração da cultura afro em Brasília

vanessa da mata

Pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, será celebrado como feriado nacional. A data, que homenageia Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência contra a escravidão no Brasil, foi oficializada no fim do ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em Brasília, o Novembro Negro atinge seu auge nesta quarta-feira, com uma série de eventos culturais e musicais que ressaltam a identidade e a rica contribuição afro-brasileira para a história e a sociedade.

Entre os destaques estão shows artistas consagrados como Olodum, Vanessa da Mata e Tribo da Periferia, que trazem suas vozes para reforçar a importância dessa data. A programação incluiu desde o ritmo contagiante do afoxé até debates sobre igualdade racial, reforçando o valor das raízes africanas preservadas no Brasil.

Oficinas, cinema e teatro completam a agenda cultural desta quarta. Confira!

Consciência Negra 2024 
Encerramento em 20 de novembro (quarta-feira), na Torre de TV, das 10h às 21h. Entrada gratuita, mediante retirada de ingresso no Sympla. Classificação indicativa: livre.

Organizado pela AECEC, Sejus-DF e Secec-DF, o evento inclui shows, exposições, feiras, oficinas e debates, com encerramento nesta quarta (20/11). Confira a programação completa:

tribo da periferia
Tribo da Periferia se apresenta no evento Consciência Negra 2024/Divulgação
  • 10h Batalha de Rima e Batalha Break Kids e Graffiti
  • 10h Live Paint e Graffiti
  • 12h30 Cirurgia Moral
  • 13h15 Batalha Break B. Boys e B. Girls
  • 13h30 DJ Odara
  • 14h     DJ Chikin Pessanha
  • 15h   Tropa de Elite
  • 15h30  Samba de Roda
  • 15h30  Brincadeiras Afro Brasileiras Mãe África com a Instrutora Mandinga 
  • 16h    Roda de Capoeira
  • 16h    Workshopp de Breaking
  • 17h     Marvin 
  • 17h     20º Desfile Beleza Negra com o tema Afrofuturismo
  • 18h    Olodum
  • 19h30 Vanessa da Mata
  • 21h   Tribo da Periferia

Mostra Solos Negros
Dias 20, 21, 23 e 24 de novembro, às 20h, no Teatro Sesc Ary Barroso – 504 Sul. Ingressos disponíveis no Sympla.

A mostra reúne criação de encenações antirracista protagonizadas por estudantes da Licenciatura em Artes Cênicas, e estimula a inclusão, protagonismo, liderança e inovação didática. Confira a agenda dos espetáculos:

Mostra Solos Negros
Mostra Solos Negros/ Divulgação
  • 20/11 – Maria Atravessa o Tempo
    Se as mulheres negras são ditas heroínas na nossa sociedade, onde estão seus monumentos? Para nos lembrar de mulheres negras que definiram o futuro do Brasil.
  • 21/11 – Farinha com Açúcar
    Como se constrói a subjetividade do homem negro na nossa sociedade? Em busca de construir um futuro possível numa sociedade que o oprime.
  • 23/11 – Maria Atravessa o Tempo
    Se as mulheres negras são ditas heroínas na nossa sociedade, onde estão seus monumentos? Para nos lembrar de mulheres negras que definiram o futuro do Brasil.
  • 24/11 – Novos Solos

Ciclo de Oficinas Afro-Candanga
De 20 de novembro a 7 de dezembro, atividades realizadas por nomes como Mestre Guga Santos, Apoena Machado, Mestre Jefinho Tamandaré e Clécia Queiroz em diferentes espaços culturais do DF. Inscrições gratuitas: pelo formulário, disponível na página da Rosa dos Ventos, instituto responsável pelo projeto. 

O Ciclo de Oficinas Afro-Candangas, projeto que integra o amplo Circuito Candango de Culturas Populares, tem mobilizado diversos territórios culturais do Distrito Federal com atividades que conectam tradição, cultura e ancestralidade. Desde o lançamento oficial, realizado em 9 de novembro na Casa de Cultura do Guará, o projeto tem reunido mestres e artistas renomados para vivências que exaltam os saberes das culturas populares afro-brasileiras em espaços como a Associação Cultural Arena Lutas, no Riacho Fundo, o Espaço Inventado, na 813 Sul, o Espaço Kifanda, no Conic, o Terreiro Luz de Yorimá, na 904 Norte e a Praça dos Orixás. Figuras como Clécia Queiroz, Mestre Guga Santos e Mestre Jefinho Tamandaré representam um dos pilares do projeto: valorizar, fortalecer e compartilhar saberes que atravessam gerações.

Próximas oficinas do ciclo

O Ciclo de Oficinas segue até dezembro com uma programação rica e descentralizada. Destaques incluem:

  • 20/11 – Arena Lutas (Riacho Fundo) | Arena Lutas apresenta: Cabaça – Do Cultivo ao Toque
    10h – Mestre Guga Santos (PE) – Oficina de cabaçaria;
    12h – Roda de Angola – Arena Capoeira.
  • 27/11 – Espaço Inventado | Celebração dos 10 anos do Jongo do Cerrado
    19h – Vivência com Mestre Jefinho Tamandaré.
    Roda de comemoração dos 10 anos do Jongo do Cerrado
  • 28/11 – Kifanda Conic
    19h – Roda de conversa com Mestre Jefinho, Apoena, Sambadeiras de Roda e convidados.
  • 29/11 – Luz de Yorimá, 904 Norte
    19h30 – Oficina de Jongo Paulista e Jongo do Cerrado com a presença de Mestre Jefinho (RJ)
  • 07/12 – Praça dos Orixás | Coletivo das Yás apresenta: O Samba de Roda e as Culturas Tradicionais de Terreiro
    16h – Coletivo das Yás convida Clécia Queiroz (BA);
    17h – Oficina com Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca.
sambadeiras de bimba filhas de biloca foto divulgação
Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca/ Divulgação

LÉA GARCIA – 90 ANOS
Até 24 de novembro, no Cinema do CCBB Brasília (SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul). Classificação indicativa: conforme a programação. Entrada gratuita, mediante a retirada de ingressos no site bb.com.br/cultura e na bilheteria física.

A programação é uma homenagem à precursora na luta antirracista na arte brasileira. A primeira retrospectiva dedicada ao trabalho da atriz Léa Garcia (1933-2023) celebra a obra de uma das figuras mais icônicas do cinema brasileiro e sua importância histórica. Léa Garcia – 90 anos apresenta 16 filmes, sendo 15 longas e um curta-metragem, protagonizados por Léa. Clique aqui e leia a matéria na íntegra.

Confira a programação até 24 de novembro:

Léa Garcia em Filhas do Vento/ Divulgação
Léa Garcia em Filhas do Vento, em cartaz hoje no Cinema do CCBB Brasília/ Divulgação
  • 20 de novembro (quarta)
    19h – Filhas do Vento – Classificação indicativa: 14 anos
  • 21 de novembro (quinta)
    19h – Compasso de Espera – Classificação indicativa: 14 anos
  • 22 de novembro (sexta)
    19h – O Forte – Classificação indicativa: 12 anos
  • 23 de novembro (sábado)
    17h – Mulheres do Brasil – Classificação indicativa: 12 anos
    19h30 – A Noiva da Cidade – Classificação indicativa: 12 anos
  • 24 de novembro (domingo)
    17h – Ganga Zumba – Classificação indicativa: 14 anos
  • 19h15 – A Negação do Brasil – Classificação indicativa: livre

Recital de canto e piano celebra Novembro Negro
Com a soprano Lorena Pires e o pianista Ramon Lorete, sexta-feira (22/11), às 20h, no CTJ Hall, na Casa Thomas Jefferson (706/906 Sul). Entrada gratuita.

Para este concerto, Lorena Pires e Ramon Lorete prepararam um repertório requintado, com uma seleção de canções e árias conhecidas do repertório brasileiro, norte-americano e europeu. O repertório inclui obras de compositores como Gabriel Fauré, Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini. September, segunda canção do ciclo Vier letzte Lieder de Richard Strauss, composta um ano antes da morte do compositor, é um tributo poético à natureza e à mortalidade. A peça: O mio babbino caro, de Puccini, e Summertime, de George Gershwin, são duas das árias mais populares do repertório, cuja leveza e simplicidade entram em contraste com a ária O Patria Mia de Giuseppe Verdi e a canção A Julia de Burgos, do ciclo Songfest de Leonard Bernstein.

Integram o programa, obras de compositores brasileiros como Ernani Aguiar, Alberto Costa e Carlos Gomes e destacam-se, também, as canções que fecham o recital, como as Bachianas Brasileiras nº 5, de Heitor Villa-Lobos e o Ciclo Beiramar, de Marlos Nobre, que evocam a brasilidade a partir do folclore e religiosidade afro-brasileira, além do Spiritual afro-americano “Ride on King Jesus”, de Harry T. Burleigh, que carrega a espiritualidade e resistência negra por meio da música. A escolha do repertório reflete o percurso na formação de Lorena, ao celebrar as variadas influências e aprendizados adquiridos ao longo da própria trajetória acadêmica e artística.

A apresentação acontece dentro do projeto Sextas Musicais que, semanalmente, oferece ao público, de forma gratuita, concertos de grandes artistas com o melhor da música brasileira e internacional. A Casa Thomas Jefferson tem o apoio da embaixada dos Estados Unidos na iniciativa, como forma de oferecer gratuitamente à comunidade o acesso à cultura.

XXXVII Edição do Arte Fato em celebração ao Mês da Consciência Negra
Dia 22 de novembro, show de Leo Maia, com abertura da banda brasiliense Patacorí, a partir das 20h, no Teatro dos Bancários (314/315 Sul).Classificação indicativa: livre para todos os públicos. Ingressos: entrada franca (sujeito à lotação), com retirada pelo Sympla.

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Léo Maia/ Divulgação

Neste sábado 22/11), o Teatro dos Bancários será palco de uma noite com shows que promovem o encontro das músicas soul brasileira, de Leo Maia, e de terreiro, da banda brasiliense Patacorí. Filho do grande Rei da Soul Music, Tim Maia, Leo nasceu e cresceu em meio à música e herdou do pai a voz e a presença de palco. Com seis álbuns em sua discografia, suas músicas fazem parte de trilhas sonoras de novelas e seus shows e projetos já percorreram o Brasil inteiro. Em suas apresentações estão músicas autorais e releituras de seu pai, além de histórias e curiosidades sobre a família Maia. Leo se apresenta acompanhado de bateria, baixo e guitarra.

Abrindo a noite, às 20h, o Arte Fato recebe a banda brasiliense Patacorí. Com uma proposta musical de arranjos diversos que passeiam por vários gêneros, a mensagem que buscam passar é de fé por meio dos sons vibrantes de Terreiro. Patacorí é um trecho da saudação ao Orixá Ogum, em Yorubá: “Patacorí, Ogum!”, que quer dizer “Ogum supremo, principal Orixá de nossa cabeça”.

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Banda Patacorí/ Divulgação

A banda é formada por oito músicos integrantes: Bruno Vidal, na bateria; Valério Gabriel, Rodrigo Martins e Rick, na percussão; João Baptista (guitarra e violão), Tico Laurindo (baixo), André Gomes (saxofone e cavaquinho), Lôsha Buah (trombone) e Fábio Lima é o intérprete das canções.

Oficina de Afoxé – CAIXA Cultural Brasília
Dia 23 de novembro, às 15h, no Foyer CAIXA Cultural Brasília . Duração: 120min. Vagas: 20. Classificação: a partir de 16 anos. Inscrições gratuitas pelo site.

No dia 23 de novembro, a CAIXA Cultural Brasília realizará uma oficina de Afoxé, ritmo tradicional da Bahia que integra música, dança e espiritualidade, com raízes no Candomblé e nos blocos afro-brasileiros. Guiada pelo grupo Afoxé Ogum Pá, a oficina oferece a oportunidade de aprender a dançar ao som de tambores e agogôs, celebrando a ancestralidade africana e homenageando os orixás. O evento convida os participantes a se conectarem com a cultura afro-brasileira e vivenciarem a força e a resistência dessa tradição.

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Foto: Afoxé Ogum Pá/Reprodução/Instagram
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